domingo, 26 de julho de 2009

image001 (1) É quase impossível olhar o mar e não me apaixonar, não me perder nos seus encantos, não querer deitar-me nele e deixar-me embalar nos seus braços e permitir que ele me torne parte dele.
 image002Não faço ideia quem foi o arquitecto do Universo, mas seja quem for, sabia o que estava a fazer.
Nota:  Imagens de Clark Little

sábado, 25 de julho de 2009

Nós humanos somos uns bichos complicados, demasiado complicados, talvez! Levamos a vida a andar e a correr de um lado para o outro, sempre stressados e a arranjar problemas para resolver Mesmo quando eles não existem, ficamos sempre à espera que eles surjam, e nessa espera, nesse entretanto, perdemos muita coisa boa que podemos fazer, muita coisa que nos deixaria mais em paz connosco mesmo, mais calmos, melhores pessoas, não só com os que nos rodeiam, mas com os outros também, os outros que nos dizem pouco, ou mesmo nada.

Apercebo-me sempre disso, cada vez que tenho tempo para férias, sempre que guardo alguns momentos para estar com a minha irmã, a minha sobrinha, os meus tios, os meus primos, os meus amigos. Fico mais Eu. Não grito, não me irrito, volto a sorrir, não tenho maus pensamentos, não quero o mal de ninguém. Apenas quero viver em paz, ver as pessoas livres e felizes, soltas e leves, comunicativas, abertas, prontas para amar e se deixarem amar.

Queria muito que o meu dia-a-dia fosse sempre assim!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

agua

 

Adivinhar qual é a substância da vida, é o mesmo que encontrarmos o nosso verdadeiro Eu.

Conhecermos-nos na perfeição é conhecermos o Universo, é conhecermos tudo.

sábado, 18 de julho de 2009

 

 

Por vezes, o risco de se perder aquilo que se tem é tão grande, que tenho medo de arriscar. Acho que se pode sempre ficar pior do que se está.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

abismo1 (1) - Não penses que eles te vão tratar melhor, do que te trataram a noite passada e nem penses que eu os vou impedir. – continuou a rir-se.

Ela apenas se limitou a beber o café e a tentar reconhecer o local onde estava. Não podia ser muito distante do acampamento onde estava o namorado e os seus amigos. Eles tinham montado campo numa falésia. O vento era uma constante. Para além da tenda onde pernoitara, existia uma caverna na montanha que era usada pelos outros dois soldados. Tinham uma mesa, um toldo e uma cozinha rudimentar. Ele observava, com uns binóculos, algo que se passava numa clareira mais abaixo. Ela reconheceu o seu acampamento, preparavam-se para a alvorada. Aquela posição mais elevada, permitia-lhes o anonimato, apesar de os soldados poderem observar perfeitamente, todas as actividades do seu acampamento.

- O teu namorado está muito calmo. Nem sequer foi o primeiro a acordar. Aparentemente, ele só vai dar pela tua falta quando aparecerem todos, para o hastear da bandeira. – ele queria irritá-la, mas não era só isso, ele queria mais. Ele queria que ela percebesse que o outro, valia muito menos, do que ela merecia. Eram os ciúmes a falar mais alto.

Ambos ficaram a observar o resto da rotina e ele tinha razão, o seu namorado, apenas deu sinal da sua ausência, quando as elementos da sua patrulha o foram avisar. Ele era aquele com quem ela estava preocupada na noite anterior. Aquele que agora, se fingia surpreendido pela sua ausência. Os chefes reuniram-se e tomaram as medidas necessárias para organizar uma patrulha de buscas. Ele riu-se perante a hipocrisia daquele chefe de agrupamento. Ela atirou o resto do café para as cinzas da fogueira da noite anterior e disse com uma calma aparente.

- Mas agora eles vão procurar-me e eles são bons batedores. Antes do meio-dia, já cá vão estar. – ele olhou-a incrédulo, aquela pequena, não parava de o espantar. Pareceu-lhe agora, ainda mais arrogante que a noite anterior e a verdade é que ela estava mesmo.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

2152449Nada é eterno, mas tudo o que fazemos e pensamos, são para sempre, eternamente, experiências nossas.

 

Nota:  Fotografia retirada do site Olhares.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Passado poucos minutos, o outro soldado entrou na tenda. Ela não se recordava muito bem deste. Ele atirou-lhe a farda de escuteira, com a qual ela estava vestida, antes do seu rapto. Encheu uma bacia com a água que estava num jarrican perto da mesa e foi ter com ela. Ela encolheu-se e desviou o olhar. Ele apenas a agarrou por um braço e a arrastou até a mesa. Ela sentia-se desconfortável, assim, nua à luz do dia, frente a um homem que desconhecia.

- Lava-te e veste-te. O Chefe espera-te lá fora. Despacha-te. – ela olhou-o por uns instantes. Ele era maior que o seu parceiro na noite anterior, era muito mais alto e musculado, talvez um pouco gordo e tinha uma cara macilenta e cansada. Não era feio, mas não era alguém que ela procurasse numa festa. Ele entendeu aquele olhar como um pedido de privacidade e riu-se. – Nem penses que vais fazer de mim um pau mandado. Não sei o que foi que lhe fizeste ontem à noite, para que ele esteja assim, mas comigo não resulta. Despacha-te. Não te deixo sozinha nem por um instante.

Ela acabou por lavar o rosto. A água estava fria, mas ela lavou também a ferida provocada pelos dentes do seu raptor. O seu ombro estava todo negro e ainda deitava um pouco de sangue. As feridas da sua cara ardiam, mas ela suportava-o bem. Vestiu-se, ignorando por completo a presença daquele soldado. Tanto lhe fazia se ele a olhava, ou não. Era algo que ela não controlava, pelo que preferiu nem tentar. Quando ia a apertar o cinto nos seus calções repara que a bainha do canivete suíço e da faca de mato estavam vazias.

- Onde estão as minhas coisas? – perguntou num tom insolente.

- Como se nós te as fôssemos dar! – riu-se – Despacha-te. O chefe espera-te e tu és muito lenta. – e dito isto, agarra-a de novo pelo braço e empurra-a para fora da tenda. Ela tenta esbracejar e livrar-se do seu domínio, chega mesmo a bater-lhe e a cuspir-lhe, ao que ele responde com uma bofetada. Ela não se dá por vencida e apenas pára quando ele fala. – Aqui está, chefe.

O seu raptor estava à sua frente, com uma caneca de café na mão, estendida na sua direcção e ria-se divertido com a cena. Ela agarrou a caneca e bebeu em pequenos tragos, o líquido castanho e aromático que continha. Estava quente e isso fazia com que o seu corpo aquecesse um pouco. O Verão estava a acabar e naquela serra no Norte de França, o frio era quase Invernoso. Aquela farda sem um casaco, ou um pulôver, começava a não ser suficiente, para a manter quente. O soldado afastou-se juntando-se ao mais velho, deixando-os, de novo, sós.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Sou sincera: nunca percebi o ditado popular “Morrer de pé como uma árvore”. Nunca entendi simplesmente, por que não acho que ficar parado, sem nada fazer, sem recorrer a todos os recursos, seja digno. Acho que se deve morrer a lutar e as árvores não o podem fazer. Alguém o tem que fazer por elas. Assim o ditado nada me diz e continuo a achá-lo absurdo.

A verticalidade deve-se a uma constante moral e não ao facto de nos mantermos de pé e estáticos. Quando morrer que seja a lutar por algo, que seja a correr, a rastejar no chão, a fazer amor com quem amo, que seja a lutar contra uma doença numa cama de hospital, que seja a combater um fogo, a salvar alguém que se afoga, com um tiro a lutar por algo que acredito, que seja acorrentada a uma árvore, mas que seja a morrer de forma activa.

Recuso-me a morrer como uma árvore.

 

PS.: Obrigada Entremares, por me teres inspirado (aqui).

sábado, 4 de julho de 2009

É impressão minha, vontade de ser mazinha, ou de ter algo para aqui dizer, ou o Elton John está, realmente, cada vez mais, parecido com um Hobbit?!!!!

E que história é aquela de dedicar a mesma música do funeral da  Diana ao Cristiano Ronaldo? Que o rapaz é “delicadinho” eu tenho as minhas suspeitas, basta ver a quantidade de vezes que está a rebolar-se pelo chão ao longo dos jogos, a cobrar faltas inexistentes, mas Elton, não cheguemos a tanto que o menino de ouro não tem perfil de princesa. Ou será que o Sir Elton John, tem segundas intenções?! 

Está bem, está bem, não batam mais no ceguinho, eu sei que a música foi dedicada com ironia, de que era uma fama passageira, algo que passou e se esvaiu em fumo, blá, blá, blá… Mas que visão deliciosa do Cristiano com o Elton… Vai dar-me para o dia todo.

Que saudades de quando o futebol ainda era um jogo de homens…

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Um dia destes alguém virá por mim aqui escrever e virá para comunicar aos poucos mas leais leitores que eu morri…

Não pensem que será por doença ou outra qualquer efeméride que devam lamentar, pois a razão será a seguinte: Se me oferecerem droga mais uma vez que seja no Rossio ou na R. Augusta, em plena luz do dia e à hora do almoço, eu vou-me a eles. A sério que vou. E será uma guerra!

As razões para ter chegado a este ponto de rotura, são várias,:

1º  - Não tenho aspecto de drogada e sinto-me ofendida por acharem que sim,

2º  - É à luz do dia e estamos muito longe dos consumos espontâneos da noite, como os que podem surgir junto das discotecas e clubes nocturnos, ou do Bairro Alto, antiga morada destes párias e assassinos.

3º – Porque estão fartos de fazer o mesmo com o meu primo de 21 anos (e que eu continuo a ver como um miúdo que tenho que proteger) e à minha prima de 16 e percebo nos seus olhares quando me contam, o constrangimento e a vergonha.

4º -  A polícia está mesmo ali ao lado, a guardar as joalharias e nada faz e não me venham com desculpas, de que se eles forem para lá eles mudam de lugar, pois eu acho que devem mudar, que mudem para qualquer outro lugar, como por exemplo para uma cadeia sobrelotada, sujeitos a tudo aquilo, e sem cair nos habituais clichés, acontece nas cadeias, pois é o lugar deles, desses criminosos, traficantes, assassinos.

Ainda me lembro numa das primeiras vezes que fui ao Bairro Alto e um rapaz perguntou-me entre dentes “Axixe?”, ao que eu na minha inocência, achei o máximo e respondi, “Sim, estou fixe, e tu?!”

Já passaram muitos anos desde esse dia, em que não me passou pela cabeça que me estariam a oferecer droga numa rua cheia de gente! E sinceramente?!

ESTOU FARTA!

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Descalça, com os pés envoltos em meias de algodão, deslocava-me em bicos de pé, pelo corredor. Já passava e muito da minha hora de dormir, mas mesmo assim, adormecer tinha sido algo impossível de fazer naquela noite.

Ia estrear na RTP (o único canal de televisão naquela altura) com pompa e circunstâncias, uma curta metragem/videoclip do Michael Jackson e como haviam avisado que poderia ser impressionável, a minha mãe proibiu-nos de ver. As intenções eram as melhores, bem sei, mas eu adorava o Michael. Para mim, praticante de dança jazz e ballet, ele era o máximo, o suprasumo e apenas por isso, já seria difícil respeitar a vontade da minha mãe, mas ela havia feito algo muito pior: havia proibido. Proibir de fazer algo, para alguém como eu, é um convite aberto para que o faça, sem pensar nas consequências.

Dito e feito! Pé ante-pé, percorri o corredor com a  esperança de que no outro lado, na sala da televisão, a minha mãe tivesse adormecido no sofá, como sempre acontecia e que eu, escondida no esconso entre a cozinha e a sala, conseguisse ver o teledisco. Sentei-me o mais confortável que consegui e aguardei, quase sem respirar com esperança que a minha presença não fosse denunciada. Esperei o que me pareceu uma eternidade de tempo e quando estava quase a começar, suspirei. Respirei bem fundo e exalei o ar com um sonoro “Ahhh” de alívio. Depressa dei conta do que fizera e tapei a boca com as duas mãos, como se isso anulasse o meu gesto anterior.

- Não achas que ficas mais confortável no sofá? – soa a voz meiga e algo ensonada da minha mãe.

Levanto-me com a sensação das pernas estarem dormentes, salto para cima do sofá e aninho-me junto dela.

- Eu sabia que não me irias obedecer! – continua com um beijo nos meus cabelos – Quero ver como é que acordas amanhã para a escola.

- Oh mãe, eu sei! Mas é o Michael… – ela riu-se e a curta metragem começou.

Vi tudo sem pestanejar e acabei a vibrar com a coreografia final e a tentar imitar os passos, e não dormi durante três dias, com a sensação de que um morto vivo podia sair do meu colchão ou pelas paredes do meu quarto, mas valeu a pena. Se valeu!

Afinal… era o Michael!

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