Após o meu divórcio, o escurinho do cinema, foi um dos meus melhores amigos. Sempre que me sentia em baixo, sempre que me sentia mais triste, desiludida, confusa, o escuro da sala de cinema, estava lá para ser o meu analista, o meu psiquiatra.

Sempre gostei de cinema, sempre adorei ver filmes, sou uma cinéfila por natureza. Sei em que ano os filmes foram realizados, quem os produziu e realizou, sei o nome dos principais actores do elenco, sei explicar os pormenores da realização e o porquê da câmera ter começado a cena de cima para baixo, ou fechou o plano no fim. E continuo a gostar de cinema. Mas naquela fase mais complicada, eu, para além de ver filmes, comia filmes, bebia filmes, respirava filmes.
Fiz-me sócia do Alvaláxia, 15€ por mês e dava direito a ver dois filmes de borla por dia. Eram poucos os dias que eu não ia ver um filme e durante 3 anos, acho que via tudo o que saía. Chegava ao ponto de chegar a uma sala de cinema e ter de ir a correr para outro cinema, porque naquele já tinha visto tudo.
O que dizer?... adoro cinema.
Mas agora que estou de novo casada, ir ao cinema passou a ser ainda melhor, pois para além do filme, do escuro da sala, da realização, dos actores e de tudo o que envolve um filme, eu tenho um ombro quente onde me encostar e uma mão que pousa no meu joelho e eu, simplesmente adoro isso.
Nada como o escurinho do cinema...
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