quinta-feira, 24 de novembro de 2011




Ao reler o meu blog, fartei-me de rir com uma troca de comentários, respeitante à seguinte mensagem: Medo.

Que saudades que eu tenho das palermices que eu e tu inventávamos.

Relembro-a aqui de forma a que partilhem comigo a boa disposição.


tragofadonossentidos disse...
Já dizia a minha avó, q coitadinha já morreu, q quem tem derriére (ela n dizia, exactamente, derriére, m eu sou uma pessoa bem educada e...) tem medo e é bem verdade. Mas tb é verdade q comparando em termos internacionais vivemos num paraíso e q n podemos permitir q este tipo de situações controlem a nossa vida.

Só nos acontece o q tem q acontecer (seja de bom, ou de mau) e tem sempre um objectivo: O de nos fazer aprender algo q nós precisávamos p melhorar.

Contudo, c os pendentes boicotes aos JO de Pequim, n me admirava nada q elevassem o carjacking à categoria de desporto olímpico.
Iris R. Costa Barroso disse...
É que o nome sugere um daqueles despotors género Rafting, skating, hiking, carjaking,Tricking, Snorkeling, Bungee jumping, Sky diving.

Vês, nem se dá por ele na lista.

Vai na volta... ainda criam escolas de sucesso, onde os telemóveis serão permitidos, sobretudo se forem dos donos do carro, aonde se irá proceder a restante aula, aonde darão disciplinas como:

Código da estrada - Conhece o inimigo para o poderes vencer.

Condução Evasiva - Curso adiantado

A biologia do corpo humano e as suas reacções a extremas velocidades.

Comunicação Oral - Como intimidar de forma eficaz o dono do carro.

Mecânica - Curso avançado em Engenharia

Tiro - Como não te atingires a ti mesmo. (esta cadeira pode ser substituída por um relatório de 100 páginas sobre a Televisão, a sua programação e a acção na sociedade.

Ginástica - Mente sã em corpo são.

Ioga - mantém a calma enquanto tiras a dos outros.

Que te parece?
tragofadonossentidos disse...
Excelente oportunidade de negócio. Como não pensámos nisso antes.

Uma escola dessas ia ser um verdadeiro sucesso.

Uma outra opurtunidade é fazer uma empresa de eventos especializada em eventos desportivos. Sempre podíoamos fazer um evento de carjacking no Pav. Atlântico, assim uma coisa do tipo do Wrestling.


Hoje de manhã senti a falta de um rebuliço que há pouco mais de um ano, já não me é comum. Senti a falta da lufa, lufa de preparar a minha sobrinha para a escola, do longo caminho que fazíamos as duas, por estradas misteriosas, cheias de Dragões mágicos que ela matava com uma espada espiritual e do charco dos sapos mal-cheirosos e de outros lugares, caminhos e recantos que rebaptizamos, apenas com o intuito de transformar o banal e cansativo caminho para a escola (que fazíamos a pé, sempre que não chovia), numa aventura mística e magnífica, que ainda hoje, ela com 10 anos feitos, se recorda.

Talvez por isso, me tenha recordado de um momento especial do crescimento dela, um momento que eu tive a o privilégio de assistir em primeira mão e por isso, volto a colocá-lo aqui para também vocês se recordarem.

Estava uma solarenga manhã de Primavera e eu observava de longe e sem dar nas vistas, a azáfama da minha pequena sobrinha. Enquanto arrumava o quarto, fazia a cama e limpava o pó, a pequena menina de cabelos longos e dourados, parecia uma formiguinha, de um lado para o outro da varanda (o seu espaço de brinquedos); mexendo e remexendo, virando os cestos de cabeça para baixo e voltando a enchê-los com os mesmos objectos coloridos espalhados pelo chão, pela força da gravidade.

Era mais que óbvio que ela procurava algo, talvez um brinquedo com o qual sonhara, ou que alguma coisa a havia feito recordar. O certo é que estava decidida a encontrá-lo e continuava, numa busca metódica, na senda do objecto misterioso.

- Precisas de ajuda? - Pergunto solícita.
- Não tia! Obrigada! - A resposta foi tão seca e pronta que coloquei a hipótese, de também ela, não ter a certeza do que procurava.

Continuei com os meus afazeres, mas os meus ouvidos continuaram atentos à lufa-lufa ruidosa. Por vezes, ouvia-a suspirar, ou resmungar algo entre dentes e depois, quando estava prestes a chamá-la para irmos para a escola, o silêncio instalou-se.
Disse-me o meu instinto, que quando se trata de crianças, o silêncio nunca é bom sinal e preparava-me para ir ver o que se passava quando ouvi uma sonora gargalhada de satisfação, um Ah! Ah! de missão cumprida. Sorri ainda antes de ver o seu semblante angelical de enormes olhos pestanudos, avançar para mim, com uma confiança readquirida.

- Ainda demoramos muito, tia? - Perguntou ao esconder algo no bolso lateral da mochila laranja.
- É só vestires o casaco. - Sorri-lhe e ela obedeceu com o meu auxílio.
- Podemos tomar um café, antes de irmos?
- Sim, temos tempo. Respondi desconfiada. Fosse o que fosse que procurava, tinha utilização ao ar livre.

Descemos os três andares, apenas trocando olhares cúmplices e sorrisos. Ela, tagarela por excelência, não disse uma palavra durante o percurso feito de elevador. Assim que chegámos ao R/C, correu para a porta perguntando, enquanto abria:

- É um café, não é? - Acenei que sim, tentando conter a minha curiosidade.
- Não corras! - Disse antes de a porta do prédio bater com estrondo. "Já era hora de arranjarem a mola!" - Pensei, ao precipitar-me para a rua, pois ficar sem ver a minha bebé, era algo que não me deixava confortável.

Quando cheguei ao café, (ainda a vi a correr para lá), já ela transportava, vitoriosa, a chávena para uma das mesas. Cumprimentei as pessoas que lá estavam e sentei-me para beber o líquido quente e energizante.

- Posso ir lá para fora? - Pergunta-me com os olhos brilhantes e expectantes.
- Mas não saias aqui da frente. - Recomendo e ela corre lá para fora com algo na mão, deixando a mochila em cima duma cadeira.

Olhei-a atenta, finalmente iria descobrir o segredo que me escondia. As suas mãos pequenas, seguraram em dois punhos amarelos, enquanto, com uma graça de serpente encantada, uma corda caiu no chão. Era um pouco grande, pelo que enrolou uma volta em cada mão e devagar, fez várias tentativas de rotação. Em menos de um minuto, a corda já passava por cima da sua cabeça e batia no chão, num movimento rotacional que seria perfeito, se não fosse, invariavelmente, interrompido pelos seus pés trapalhões, que se recusavam a sair do chão, quando a sua mente mandava.

Mudou de estratégia. Respirou fundo, deixou a corda quieta e pulou cinco vezes, apenas para verificar se não havia nenhuma pastilha elástica pegajosa, deixada por um qualquer duende brincalhão, que a estivesse a impedir de saltar, como se via a saltar na sua cabeça. Olhou mais uma vez, desconfiada, para a sola dos ténis e desviou-se, perto de um metro do local onde estava. A corda voltou a girar e desta vez, passou por completo, batendo 1, 2, 3 vezes no chão, antes de encontrar, de novo, os seus pés preguiçosos. Balbuciou qualquer coisa e recomeçou, desta vez, mais devagar. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, e de novo os pés.

- 1, 2, 3... - Ouvia-se a sua vózinha ofegante, mas muito concentrada. - 6, 7, 8, 9, 10... - A sua cara soltou-se e esboçou um sorriso de contentamento. - 13, 14... - Uma gargalhada. - 16, 17, 18... - Um gancho cai no chão. - 19, 20.

Pára cansada do esforço. Recupera o fôlego com inspirações rápidas. Tenho vontade de ir dar-lhe os parabéns, mas sei que nestas ocasiões, ficamos sempre atrapalhados, queremos mostrar a nossa façanha e nunca a conseguimos repetir. Sei perfeitamente, o quão frustrante essa sensação pode ser, por isso, deixei-me ficar sentada, lutando contra a minha vontade. Ainda podia dar mais quinze minutos e ela parecia tão feliz!
Em pouco tempo recomeça. Eu tiro o telemóvel da mala e começo a filmar.

- 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10... - E ri-se eufórica. - 13, 14, 15, 16... - Uma gargalhada, esta bem sonora. - 20, 21, 22, 23, 24... - Olha pelo vidro do café e confirma feliz que eu estou a ver. - 30, 31, 32, 33, 34, 35. - Parou. Correu para os meus braços, transpirada, desfraldada e despenteada. - Viste, Titi? Viste?! - Acenei que sim e dou-lhe um beijo na testa, ao mesmo tempo que lhe componho a roupa e o cabelo.

- Muito bem! Saltas muito bem! - Coloco-lhe a mochila às costas.
- Ao princípio, não conseguia, mas agora é fácil. Antes era ainda bebé, era pequenina, tinha 4 anos. Mas agora já consigo.
- Pois! O importante é não desistir. Quando não se consegue à primeira, respiramos fundo e voltamos a tentar, tantas vezes, quantas forem necessárias. Nunca se desiste.
- Pois não tia! Eu não desisti.


terça-feira, 22 de novembro de 2011


Sei que muitos já viram a reportagem da SIC no passado Domingo (e que podem encontrar aqui) e muitos já leram sobre este assunto na blogosfera, que muito ajuizadamente, foi fazendo a sua crítica ao que viram.

Algo tornou-se notório: os pais não compreendem como é que existem crianças pré-adolescentes que saem à noite e que chegam depois da meia noite. Aonde arranjam os miúdos o dinheiro para as bebedeiras? Pronto está bem, eles recebem mesada que podem poupar, não almoçando um dia e não comprando o livro para o qual pediram mais 20€. Mas como saem eles de casa? Como ficam eles fora de casa até de madrugada sem que sofram qualquer consequência desse acto?! 

Apenas acontece porque os pais o permitem, porque numa sociedade despegada dos laços familiares, é mais fácil permitir a liberdade dos putos, em troca de mais uma noite com o novo namorado, ou um jantar com os amigos.

Não sei se repararam numa parte da reportagem, onde eles dizem que os miúdos apanhados faziam parte de famílias abastadas. Claro! Os mais pobres não têm dinheiro para sair quanto mais para deixar os miúdos perderem-se daquele modo! Agora pergunto: Os pais mais abastados acham que é moderno este tipo de educação? Deixá-los libertos e sem barreiras em troca de terem mais tempo próprio, em vez de tempo de família e para dizerem que têm filhos muito adultos e emancipados que tomam conta deles sozinhos??!

Reparem, como já disse numa outra mensagem neste blog, eu sou contra a infantilização dos jovens e acho que existem formas de os tornarem mais donos de si mesmo, mais adultos, mas com toda a certeza que não é deixando-os sair para se embebedarem com os amigos nas noites das diversas cidades.

Acho engraçado que miúdas de 13 anos, como as entrevistadas no início da reportagem, estejam para ali a beber sozinhas perdidas na noite e se for preciso não sabem como é que se faz uma torrada, ou uma panela de arroz. Provavelmente a maioria dos putos apanhados naquela reportagem, não fazem ideia de como é que se muda uma lâmpada ou um pneu, ou sequer como é que se acende uma fogueira, mas estão para ali, armados aos píncaros, super contentes numa alegria embriagada que alimenta uma ilusão de que são adultos e capazes, quando, na realidade, se de um dia para o outro só contassem com eles mesmos, morreriam à fome, de frio, e de estupidez.

Prefiro educar um "Betinho", que no caso de uma guerra, um holocausto, ou de me acontecer alguma coisa, saiba como sobreviver, estar e refazer a sua vida, do que educar um inútil estúpido, incapaz e mente capto, como os que foram entrevistados naquela peça e que vejo pelas vielas das ruas, cada vez que saio à noite. Mesmo que isso signifique ter de sair menos, ter menos tempo para mim. Isso é ser pai, isso é ser educador.  Passar os conhecimentos que adquirimos ao longo de uma vida ao nosso rebento, até mesmo o acto de beber. Beber socialmente, beber para uma recriação, beber por um prazer educado do paladar.

Percebam mais uma vez; eu não tenho nada contra o álcool. Sou a primeira a apreciar um copo de vinho às refeições, um Martini para aperitivo e de amar uma Queimada Galega numa noite fria de Inverno, de beber ponche quente, quando estou constipada, ou apreciar um bom vinho licoroso com, ou depois do café no fim de uma refeição, beber um vodka numa noite especial, beber uma cerveja gelada no Verão numa explanada. Mas eu sou adulta, aprendi a apreciar os diversos sabores e mais do que o sabor, ou o efeito secundário da sua ingestão, saber apreciar o momento em si e não a bebida.

Eu com 13 anos não brincava com bonecas, nem perto disso, era muito adulta para a minha idade, mas a primeira vez que bebi, foi com os meus pais....aos 14 anos, um dedo de Martini antes de um almoço de festa e uma flute de champagne no final para comemorar.

Sair à noite, só depois de ter começado a namorar, com o conhecimento dos meus pais aos 15 anos e mesmo nessa altura, porque podia entrar nos bares sem me pedirem identificação porque parecia ter 18 anos, bebia um vodka com laranja, ou limão que durava toda a noite! Mas note-se, à meia noite tinha de estar em casa e verdade seja dita, não havia nada que eu pudesse fazer depois da meia noite, que não pudesse fazer antes das doze badaladas.

Mas desta forma a minha mãe dormia descansada e podia voltar a sair na semana seguinte.

Aprendi com os meus pais a beber socialmente, a beber um copo de vinho às refeições, um aperitivo antes, e em noites de festa bebo até que me rio de coisas parvas... acabou. Ainda estou a ver tudo, dou conta da profundidade, não tropeço, não enrolo a língua, apenas fico mais desinibida... é tudo e não passo disso.

Apanhei uma bebedeira quando tinha 8 anos, pois a minha mãe usava anis para bolos e pudins e eu gostava do cheiro. Um dia cheguei ao carro das bebidas, cheirei e bebi...era doce, sabia a xarope para a tosse e a rebuçados, não faço ideia quanto é que bebi, mas fiquei mal disposta e comecei a vomitar. A minha mãe nunca mais deixou as bebidas desprotegidas até termos 13 anos.

Não percebo como é que uma criança com menos de 16 anos chega a casa depois da meia noite... não entendo! Sinceramente não entendo.

Passei muitas noites na minha adolescência longe de casa, fora da minha caminha quente, mas era porque ia acampar... com os escuteiros.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011




Li numa notícia na Exame/Expresso, algo assim:

Na 'guerra dos sexos', as mulheres lideram a poupança no dia-a-dia: "As mulheres, mais do que os homens, hesitam em fazer compras mesmo quando são necessárias, adoptam mais comportamentos de poupança em casa, compram menos sem comparar preços, embora tenham mais prazer no ato de comprar", lê-se nas conclusões deste trabalho desenvolvido por uma equipa de investigadores do ISCTE, sob a coordenação do Professor António Caetano.

Outra revelação feita é que "poupar motiva a poupar mais (é preciso é começar) ", visto que, "para os que já poupam, os resultados revelam um aumento da facilidade em fazer todos os meses uma poupança para a reforma (10,5% em 2008 e 19,2% em 2011) ".Para os que ainda não poupam, os resultados sugerem um agravamento na dificuldade em o fazerem (62,4% em 2008 e 83,3% em 2011).

Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/portugueses-insatisfeitos-com-niveis-de-poupanca-para-a-reforma=f689191#ixzz1eL0yuFWN

Não pude deixar de me recordar de um livro que li o ano passado do Ivo Andrić (prémio Nobel da Literatura); "A Velha Menina". Se a personagem principal desse livro é uma personificação de uma pessoa real, ela terá sido, ou é a materialização desse mesmo estudo, levado ao limite: Quanto mais se poupa, mais se quer poupar, como se fosse um jogo que ganha quem conseguir fazer melhor do que já fez. O jogo levado ao limite, jogado continuamente e em todas as acções e pensamentos.

Achei engraçado lembrar-me do livro e da personagem. Se tiverem oportunidade leiam a história, é interessante. Eu li-o em Inglês e não tenho a certeza que haja versão portuguesa, apesar de me recordar de ter visto o título numa daquelas colectâneas de revistas e/ou jornais sobre escritores que tenham ganho o Prémio Nobel da Literatura.

Fica aqui feita a sugestão!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Quero voltar a falar-vos do tempo, não do tempo na forma de tortura no outro post que escrevi há dias, mas sim daquele tempo que tudo cura, que tudo faz esquecer.

Sei que é prática comum dizer-se isso, mas será que cura mesmo?! Ou apenas nos entorpece a memória de forma que olvidamos o que nos magoa, mas que continua lá, escondido, à espreita até que uma palavra, um conjunto de palavras, uma frase, mesmo que dita com as melhores das intenções, vai rebuscar essa memória escondida e adormecida e nos faz recordar o porquê das coisas terem demorado tanto tempo.

Alguém que já me foi muito próximo, felicitou-me pela minha felicidade e sei que as intenções eram boas, são boas, ela é uma boa pessoa, uma pessoa de quem sempre gostei apesar de tudo o que diziam e por quem tinha um carinho muito grande (mas eu sou assim, agarro-me demasiado às pessoas). Mas nas boas intenções que eu agradeço, estavam as palavras que fizeram dispultar a recordação dorida de um passado que me fez mal, muito mal.

Ela congratulava-me por eu ter sido capaz de refazer a minha vida, por ter conseguido apaixonar-me de novo (tema de uma das minhas últimas mensagens), apesar do tempo que demorei e eu tive que lhe responder, não aguentei o silêncio e a resposta não foi um agradecimento! Tentei, juro que tentei, mas o nó na garganta era grande de mais para não o fazer e respondi assim:

Por vezes o tempo é necessário...sobretudo quando toda a vida desde a adolescência foi dedicada apenas a uma pessoa, a pensar apenas no seu bem, na sua felicidade e negligenciando tudo o que me dizia respeito apenas em prol do bem de quem me era querido.


As coisas não resultaram e eu fiquei sem me conhecer a mim própria pois passei a ser apenas uma mera sombra daquilo que o outro queria que eu fosse. 


As coisas não são simples, as feridas custam a sarar e conseguir entregar-me passou a ser missão quase impossível. 


Impossível, porque quando não nos conhecemos a nós mesmos e quando apenas conhecemos uma única coisa e nada mais, quando somos somente produto do ser dominante da relação e um produto defeituoso, porque foi criado de forma incorrecta, não somos automaticamente capazes de o deixar de ser de um momento para o outro. 


Mas o tempo cura tudo... apenas demora muito.

Continuo feliz, sobretudo porque sei que ultrapassei de vez o meu síndroma de inferioridade tão amplamente alimentado pela pessoa em questão e sei que sou muito mais, que sou algo que ele nunca me havia deixado ser, algo muito melhor, algo verdadeiro e não uma fotocópia mal tirada. 


Mas eu agradeço que me tenham feito recordar, porque foi nessa dolorosa recordação que eu consegui perceber, que agora sou aquilo que nunca havia sido: Feliz! 


E o tempo ajudou.... Oh se ajudou!



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O Fi anda com um horário absurdo que odeio e que irá continuar até ao fim do ano. Odeio porque nos deixa muito pouco tempo juntos e o tempo que passamos juntos não é útil porque ou estou a dar explicações, ou a tratar do jantar, ou a tentar aproveitar as últimas horas de sono. Mas é um horário temporário e o tempo que conseguimos estar sozinhos e acordados é passado com qualidade e acho que isso é importante:

O que interessa não é a quantidade, mas sim a qualidade!

Mas não era sobre isso que vos queria falar nesta mensagem. Queria contar-vos uma coisa que me aconteceu hoje. 

Saí do emprego para almoçar e chego a casa, abro a porta devagar, não fosse ele estar a dormir, desloco-me em bicos de pé, para não fazer barulho com os saltos, acendo a luz do hall dos quartos, abro a porta devagar e olho para a cama revolta. No meio dos lençóis lá se encontra ele: belo e adormecido.

Eu não sei o que se passa com esta coisa de observar homens a dormir, mas cresce em mim assim um sentimento maternal que me faz querer abraçá-lo com todas as forças e tentar de forma física, fazer com que o corpo dele se junte ao meu, formando-se um só. 

Pronto, o adjectivo maternal talvez seja algo pecaminoso na anterior frase, uma vez que para além desse sentimento há uma chama que trespassa o corpo e que me faz querer acordá-lo com carícias e beijos e sentir a sua barba na minha pele.

Acho que não posso mais voltar a observá-lo enquanto dorme à hora do almoço, ou então passo a trabalhar só de manhã!
Com toda a certeza que todos vocês já tiveram oportunidade de ver a publicidade que é feita a este aparelho na televisão. Eu que mal vejo televisão portuguesa, já tive oportunidade de levar com ela, por isso não duvido que sejam muito poucos os Portugueses que ainda não tenham ouvido falar deste milagroso aparelho de ginástica que faz de tudo pela nossa forma física.

Bem se faz ou não, não sei, pois ainda não experimentei, mas a minha mente perversa, desde o primeiro dia em que viu o anúncio, não deixa de pensar em como aquilo deverá ser tão divertido para outras práticas de exercício, que geralmente é feito a pares....

Perceberam?! Que hei-de fazer... sou assim!



terça-feira, 15 de novembro de 2011


Devo um agradecimento e já vai atrasado.

Pouco antes do Natal de 2008, eu escrevi uma Carta muito desesperada ao Pai Natal, numa tentativa de ver as minhas preces atendidas num impulso Natalício e a verdade, é que em 2009 a cair para 2010, eu vi o meu pedido a ser atendido e como sempre acontece nestas situações nem me recordei de agradecer ao Senhor das Barbas Brancas.

Nunca fui tão feliz, apesar de estar longe de todos que amo (isso custa muito) e de não ganhar tanto dinheiro como já ganhei no passado, e mesmo assim estou-te muito grata por teres devolvido ao meu coração esta capacidade maravilhosa de estar e ser capaz de estar apaixonada.

Talvez volte este ano a escrever uma nova carta, quem sabe não me atendes outra vez... Olha que tenho sido uma menina muito bem comportada.

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