sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012



Após o meu divórcio, o escurinho do cinema, foi um dos meus melhores amigos. Sempre que me sentia em baixo, sempre que me sentia mais triste, desiludida, confusa, o escuro da sala de cinema, estava lá para ser o meu analista, o meu psiquiatra.

Perdi a conta do número de filmes que vi e onde prestei muito pouca atenção ao enredo, ao elenco, ou à realização. O escuro do cinema, o som alto, a emoção de uma vida que não era definitivamente a minha, serviam na perfeição para embalar os meus pensamentos, de forma a que eu os pudesse entender melhor, organizar, controlar e assimilar.

Sempre gostei de cinema, sempre adorei ver filmes, sou uma cinéfila por natureza. Sei em que ano os filmes foram realizados, quem os produziu e realizou, sei o nome dos principais actores do elenco, sei explicar os pormenores da realização e o porquê da câmera ter começado a cena de cima para baixo, ou fechou o plano no fim. E continuo a gostar de cinema. Mas naquela fase mais complicada, eu, para além de ver filmes, comia filmes, bebia filmes, respirava filmes.

Fiz-me sócia do Alvaláxia, 15€ por mês e dava direito a ver dois filmes de borla por dia. Eram poucos os dias que eu não ia ver um filme e durante 3 anos, acho que via tudo o que saía. Chegava ao ponto de chegar a uma sala de cinema e ter de ir a correr para outro cinema, porque naquele já tinha visto tudo.

O que dizer?... adoro cinema. 

Mas agora que estou de novo casada, ir ao cinema passou a ser ainda melhor, pois para além do filme, do escuro da sala, da realização, dos actores e de tudo o que envolve um filme, eu tenho um ombro quente onde me encostar e uma mão que pousa no meu joelho e eu, simplesmente adoro isso.

Nada como o escurinho do cinema...

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