sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Tenho andado às voltas com diversos projectos paralelos, o que me tem deixado algo à deriva em relação a alguns deles. Se consultaram o blog do Tragofadonossentidos, já devem ter reparado numa nova peça de teatro, que aliás tenho que colocar um link aqui também, mas para além dessa empresa, estamos a terminar uma outra para o Verão e eu, não sei porque carga d'água, comecei um novo livro.
Pensei que seria engraçado colocar o livro aqui, como se fosse um género de "test drive", mas receio, porém que seja algo difícil de conceber, pois irá tornar-se confuso intercalar os meus desabafos e pensamentos, com cenas do livro (bem se vê que tenho teatro e o cinema na cabeça, até o livro é dividido em cenas), mas vou ver o que se arranja. Acho que podia ser engraçado, ficar logo a saber da opinião de quem eu mais prezo, quase em tempo real. O que me dizem?

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Nunca fui grande adepta das mensagens escritas por telemóvel, a não ser que sirvam, unicamente, para fazer uma comunicação cuja resposta seja sim, ou não. Sempre achei que acabava por ser mais rápido pegar no telefone, dizer o que queria à pessoa do outro lado, ouvir o que essa pessoa tem a dizer e esclarecer logo tudo, o que tiver que ser esclarecido, pois sempre que utilizei os "sms" para conversas, estas prolongaram-se por eternidades, as coisas não ficaram esclarecidas e houve, quase sempre, algum tipo de mal entendido.
Isso sempre foi algo que me fez alguma confusão, pois sempre considerei a "palavra escrita", cristalina, pura e isenta de segundas intenções. Quando se escreve um "Não", a palavra não pode, não deve, ter outro sentido para além do "Não". Quando se diz "Não", muitas vezes esse "Não" pode ser irónico, algo que é normalmente acompanhado por uma inflexão na voz, um riso nos lábios, um piscar de olho, um movimento qualquer do corpo que acompanha o som da palavra e que transforma um "Não", num "Sim", num "Talvez".
Quando lemos uma longa narrativa, também conseguimos depreender novos significados a trechos inteiros, a palavras ou frases. Mas quando uma mensagem fica reduzida a umas dez palavras, apresentadas numa forma simplificada de escrever, não pode ter espaço a segundas interpretações, a metáforas ou ironias. Mas tem! Não sei bem como, mas tem! As palavras são mal interpretadas, ganham segundos significados que nunca passaram pela cabeça de quem as escreveu e ficam diminuídas a um significado que apenas diz respeito à própria personalidade de quem as leu.
Nas aulas de Português, ninguém compreendia porque tínhamos que saber a vida do autor (algo mais relacionado com a cadeira de História), antes de lermos a sua obra. Mas um professor (não me recordo do ano, pois para mim foi sempre o meu professor de português, independentemente de todos os outros que tive), explicou, com toda a naturalidade com que as coisas lógicas merecem, que tal acontecia, porque tínhamos que ver a sua obra com os seus olhos e não com os nossos. Se mais tarde nos identificamos com os sentimentos e ideias do autor, óptimo, mas se não, então as palavras do escritor, são as palavras do escritor e não um reflexo do que nós queremos que elas sejam, ou da nossa alma.
Creio que a maioria das pessoas esqueceu-se dessa lição (eu também), ou então, nunca a compreenderam. Se o tivéssemos feito, nunca leríamos um "Não" como um "Sim" e nunca acharíamos que algo escrito por outra pessoa (que muitas vezes o faz a contragosto), pudesse significar algo diferente daquilo que as palavras significam.
Quando uma pessoa escreve, está a finalizar um acto pensado, reflectido e preparado. Pensar que essa escrita, esse código, está aberto a interpretações resultantes de uma "transpolação"(será que esta palavra existe?) de sua própria personalidade, é um erro crasso.
O escritor na altura que escreveu, já sentiu, pensou, racionalizou e definiu o que queria. Mais tarde, pode vir a pensar, sentir e racionalizar outra coisa oposta, mas o significado da palavra que fora anteriormente escrita, não altera a não ser que outras palavras sejam de novo escritas como culminar desse novo processo.
Bem, mas já divaguei demasiado e a conclusão deste desabafo é que: Nunca mais vou trocar mais do que 2 mensagens sobre o mesmo assunto, com a mesma pessoa. E sim, isto foi resultado de um processo no qual senti, raciocinei (quem diria!) e codifiquei.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Não foi de propósito mas que calha bem com a comemoração do dia de S. Valentim na próxima semana, calha.

No outro dia pediram-me para que descrevesse o meu homem ideal, aquele que eu não teria qualquer dúvida de que poderia vir a ser o pai dos meus filhos e eu fiquei sem resposta. A verdade é que nem sempre sabemos o que procuramos, ou melhor, sentimos o que queremos, mas não o racionalizamos. Na maioria das vezes, sabemos de cor, as características que não queremos, mas torna-se mais complicado, quando toca a dizer, claramente, o que realmente queremos.

Creio que isso se deve ao facto de acharmos que a nossa cara metade anda por aí, perdida, à deriva, tal como nós; gaivotas pairando no ar à procura da próxima corrente de ar quente e que chegada a altura, uma determinada altura, uma hora prevista por uma força qualquer invisível, os dois seres se irão encontrar, reconhecer-se e encaixar por artes mágicas. "Quando tiver que acontecer, acontece", é o que todos pensamos, mas e se não fôr?! E se realmente existir uma outra metade para a nossa laranja (e aqui são livres de pensar em qualquer outro fruto, ou forma geométrica) e se a tal "força" que teima em não se mostrar, a colocar no nosso caminho e nós não a reconhecermos? Será que a ausência de características por nós consideradas negativas é o suficiente para reconhecermos alguém?

Um amigo disse-me que não existem acasos do destino, que as pessoas quando se apaixonam, não foi por causa do destino, mas sim porque naquele momento se sentiam "Apaixonantes". Na altura dei a importância que poderia dar a uma questão daquelas, mas agora, depois da minha incapacidade de dizer o que eu quero, coloquei-me a pensar: seria aquilo apenas uma nova forma de dizer que temos de gostar de nós para que outros também gostem? Que temos que emitir energias, vibrações, hormonas, (ou seja lá o que fôr), que transmitamos aos outros que nos achamos dignos de se apaixonarem por nós, para que realmente tal aconteça? Mas isso não deita abaixo toda a outra teoria que existe (e esta é a expressão que mais gosto) um tampa que encaixa na nossa panela, automaticamente?

Pelo sim, pelo não e não vá a ausência de características negativas ser suficiente, para reconhecer o que nos está destinado, já comecei a fazer uma listagem de tudo aquilo que procuro num companheiro.

Quem sabe, ainda não o venho partilhar convosco...

Subscribe to RSS Feed Follow me on Twitter!