sexta-feira, 30 de outubro de 2009


homens2 Não sei de quem é a autoria deste livro de auto ajuda, mas achei estas passagens tão sensacionais e tão próximas daquilo que me dá prazer, que não pude evitar colocar aqui, algumas das técnicas infalíveis para dar muito prazer a uma mulher:

Técnica nº 1:   Mãos Molhadas

Faça a sua parceira sentar-se numa cadeira confortável na cozinha. Certifique-se de que ela consiga ver muito bem tudo o que faz. Encha o lava-louça com água e adicione algumas gotas de detergente aromatizado para louça.. Segurando uma esponja macia, submerja as mãos na água e sinta a sua pele ser envolvida pelo líquido até que a esponja esteja bem molhada...

Agora, movendo-se devagar e gentilmente, agarre num prato sujo do jantar, coloque-o dentro do lava-louça e esfregue a esponja em toda a superfície. Vá esfregando com movimentos circulares até que o prato esteja limpo.

Passe por água limpa e coloque-o a secar. Repita com toda a louça do jantar, até a sua parceira ficar a gemer de prazer.

Técnica nº 2:  Vibrar pela Sala

É um pouco mais difícil do que a primeira, mas, com algum treino, fará a sua parceira gritar de prazer.
Cuidadosamente, vá buscar o aspirador no sítio onde fica guardado. Seja gentil, demonstre-lhe que sabe o que está a fazer. Ligue-o na tomada, aperte os botões certos na ordem correcta. Vagarosamente, vá movendo para frente e para trás, para frente e para trás... por toda a carpete da sala. Saberá quando deve passar para uma nova área. Vá mudando gradualmente de lugar. Repita quantas vezes forem necessárias, até atingir os resultados pretendidos.

Técnica n° 3: Camisa Molhada

Este joguinho é bem fácil, embora precise de mente rápida e reflexos certeiros. Se for capaz de administrar correctamente a agitação e a vibração do processo, a sua parceira falará da sua performance a todas as amigas.

Precisará apenas de duas pilhas de roupa: uma com as roupas brancas, outra com as coloridas. Encha a máquina de lavar com água e vá derramando gentilmente o detergente dentro do compartimento para o efeito (para deixar a mulher ofegante, use exactamente a quantidade que o fabricante recomenda).

Agora, sensualmente, coloque as roupas brancas na máquina... uma de cada vez.... devagar. Feche a tampa e ligue o "Programa completo". A sua companheira ficará extasiada. No fim da lavagem, retire as roupas da máquina e estenda-as a secar. Repita a operação com as roupas coloridas....

Técnica nº 4: O que sobe, desce

Esta é uma técnica muito rapidinha, para aqueles momentos em que quer surpreendê-la com um toque de satisfação e felicidade. Pode ter certeza, ela não vai resistir. Ao ir à casa de banho, levante a tampa da sanita. Ao terminar, baixe-a novamente. Faça isto todas as vezes. Ela vai precisar de atendimento médico de tanto prazer.

Técnica nº 5: Gratificação Total

Cuidado: colocar em prática esta técnica pode levar a sua companheira a um tal estado de sublimação, que depois será difícil acalmá-la, e pode haver riscos irreversíveis para a saúde da mulher. Esta técnica leva algum tempo para ser aperfeiçoada. Empenhe-se com afinco. Experimente sozinho algumas vezes durante a semana e tente surpreendê-la numa sexta-feira à noite. Funciona melhor quando ela trabalha fora e chega cansada a casa.

Aprenda a fazer uma refeição completa. Seja bom nisso. Quando ela chegar, convença-a a tomar um banho relaxante (de preferência aromático, numa banheira de água morna já previamente preparada por si).
Enquanto ela estiver lá, termine o jantar que já terá adiantado antes dela ter chegado a casa.

Depois que ela ficar relaxada com o banho e saciada com o jantar, execute a Técnica nº 1.

Preste atenção à sua parceira, pois o estado de satisfação será extremamente alto!!!


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

 

ROSA-COSTASEla desabotoa as calças cinzentas com listas pretas que vestia e deixa-as cair, sentindo o suave tecido acariciar a sua pele nua. Sente-o sorrir, se é que isso é possível, e sorri também. Levanta os pés, suavemente, um depois do outro e vê-se livre, com uma displicência controlada, daquela peça de vestuário, empurrando-a para debaixo da cama. Ela nada mais faria, tudo o que se passasse a seguir seria da autoria dele.

Ele sabia que era a sua vez de agir, havia chegado o momento e convinha a si mesmo, não prolongar mais aquele hiato. Levantou o seu braço esquerdo e com a mão desse mesmo lado acaricia o fino pescoço que a sua mão conseguia quase contornar na totalidade. Puxa-a até si e com a mão direita abre os botões da blusa, livra-se dela, ao mesmo tempo que com a échàrpe que ela deixara no chão, acaricia suavemente a pele daquele corpo macio que era seu. Aperta-lhe um pouco mais o pescoço e sente-a estremecer de encontro ao seu corpo. Com o braço direito, o mesmo que ainda mantinha o lenço, levanta-a do chão e atira-a para cima da cama.

Ela sai rapidamente da posição desamparada em que caíra no colchão e senta-se no centro da cama, joelhos juntos e elevados e braços a suportarem o seu peso, atrás das costas. Ela sabe que os contornos do seu corpo nessa posição o deixam louco; os ossos dos seus ombros ficam mais visíveis, ligeiramente virados para a frente, o seu peito ganha contornos mais arredondados por os seus seios ficarem mais próximos um do outro, as suas longas pernas parecem, teimosamente, querer impedi-lo de chegar aonde ele quer. Quase sente a vontade de rir por saber que naquele momento, apesar da disparidade da força física entre os dois, é ela quem comanda cada movimento dele.

Ele sobe de joelhos para a cama, agarra os tornozelos dela e sente as pernas estremecerem ligeiramente ao seu toque. Tenta afastá-las enquanto as puxa para baixo, mas ela resiste-lhe. Ele sorri e não insiste. Acaricia-lhe a pele com a sua mão, sobe delicadamente até ao ventre liso, sobe depois até ao peito, aonde ele sabia que duas coisas poderiam acontecer: ou ela permitiria que ele os libertasse da força da fina renda, deixando-os livres para ele brincar com eles, ou ela teria que usar os seus braços, os mesmos que permitiam que ela tivesse força para lhe resistir, para o impedir.

Ela não iria permitir que fosse assim tão simples e tenta impedi-lo de lhe acariciar o peito. Confiando na sua força abdominal, usa os braços para impedir as mãos dele e ele solta uma gargalhada curta. Ela adorava prolongar este género de jogos, mas ele tinha outras intenções, pelo que, com movimentos rápidos, atou-lhe os pulsos com a échàrpe e esta à cabeceira da cama. Ela ainda se debateu, ele admirava a força dela, sobretudo a forma como ela o virava, levantava e expulsava-o da cama, apenas com as pernas, as costas e a barriga.

Assim que ela sossegou, ele saiu do quarto. Ela antecipava o que iria ele fazer a seguir. Ouve um botão a ser ligado. A porta do frigorífico a abrir e a fechar. Sente-o entrar no quarto, a deitar-se ao lado dela. Ela espera o corpo dele junto do seu a qualquer momento e fecha os olhos.

Ouve um click, uma luz intermitente que se acende no quarto. Ela abre os olhos, repara em primeiro lugar na televisão acesa aonde estava a emitir um jogo de futebol, olha depois para ele que sustém no rosto um sorriso de vitória, na mão esquerda o comando da televisão e na mão direita uma sandes de qualquer coisa. Solta um enorme suspiro de decepção.

- O que foi?! – pergunta-lhe com ar de menino traquina e ela revira-lhe os olhos – Soubeste fazer-me desesperar o dia todo, tenho a certeza que saberás também esperar até ao fim do jogo.

Ela ri-se da sua derrota e vê o jogo com ele.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

 

mulher_deitada (1) Ela enviou uma sms dizendo que estava a descer as escadas, o que geralmente era sinal para ele abrir a porta e com efeito assim foi. Chegada ao prédio a porta estava aberta e ela entrou, mas algo naquela noite lhe avisava que alguma coisa não iria correr como o habitual. Sentia um vazio apertado, se é que isso faz algum sentido, no seu estômago, deixando-a expectante e nervosa. Talvez fosse apenas uma impressão, ou um secreto e involuntário desejo que algo realmente acontecesse. Ela sabia que tinha sido mazinha com ele à hora de almoço: mantivera-se distante e altiva, esquivou-se de todos os seus avanços e recusara todos os seus beijos. Ela sabia que havia cultivado nele um sentimento de vingança e que ele lhe faria pagar caro a brincadeira. Na realidade, ela assim o planeara, mas encontrava-se agora um pouco apreensiva quanto ao que a esperava.

Desceu os dois lances de escada que a conduziam ao apartamento dele, com um nó nas entranhas e parecia experimentar, a ver se era sólido, cada um dos degraus antes de pousar cada um dos seus pés. Nunca fizera aquele percurso de forma tão lenta e tão pouco vigorosa. Viu-se em cima do tapete, pensou que se aquele relacionamento se mantivesse por mais algum tempo, lhe teria que oferecer um novo, aliás teria que lhe decorar a casa, pois isso parecia ser algo, no qual ele não tinha o menor gosto. Definitivamente, seria um trabalho ao qual se teria que entregar no futuro. A porta estava encostada, bastaria ela encostar, ligeiramente, a sua mão, para que a mesma se deslocasse para dentro e ela pudesse entrar. Esticou molemente o braço, abriu a palma da mão e encostou-a contra a madeira a precisar de verniz. Respirou fundo e depois, exercendo uma ligeira pressão, viu a porta comportar-se como previra.

Entrou com o pé direito primeiro, como se aquele gesto supersticioso fosse imperativo naquele momento. Estava tudo escuro e a sua respiração pareceu ficar paralisada. Fechou a porta atrás de si e pensou que se tirasse os sapatos não se denunciaria a quem a esperava no escuro e assim o fez. Silenciosamente alcançou a cozinha e com a pouca luz que entrava por umas brechas mal fechadas dos estores, não conseguiu ver ninguém. Dirigiu-se então à sala, mas ainda no corredor, a ideia de acender a luz pareceu-lhe inteligente. Correu com a palma da mão a parede, procurando o interruptor. O silêncio era aterrador. Sentindo uma saliência plástica no meio do estuque macio, o seu corpo sorriu pensando em vitória, no entanto, no exacto momento em que percebeu que ao movimentar o interruptor, as luzes não acendiam, acabou por sentir uma estranha sensação de orgulho, por ter escolhido alguém que havia sido inteligente o suficiente, para desligar o quadro. O jogo começava a agradar-lhe. Dirigiu-se confiante para a sala e, mais uma vez, não encontrou ninguém.

Aquilo criava alguma adrenalina e ela excitava-se com o inesperado, com o medo, com o perigo. Retornou ao corredor, mas desta ficou com a sensação de que alguém estava lá. Reprimiu o seu sensor aranha, ignorou o arrepio na nuca e avançou em direcção ao quarto. Sabia que ninguém lá estaria pois quem ela procurava encontrava-se por trás dela. Com esse conhecimento ganhou outra coragem e com ela livrou-se da échàrpe que trazia ao pescoço, deixando-a cair no chão à frente da porta por onde tinha entrado há alguns minutos atrás. Despiu o casaco, que teve o mesmo destino que a peça de roupa anterior: o soalho flutuante que cobria o chão. Apenas uma blusa de seda pérola e umas calças de fato separavam-na da nudez.

Questionava-se se ele se aperceberia dos seus gestos na escuridão, se o facto de se estar a despir aumentava nele algum tipo de excitação. Por instantes pareceu-lhe ouvir a sua respiração mas depressa apenas o silêncio pontuado pelo seu próprio coração a bater, voltou.

Encostou-se à porta do quarto, antecipando o que se iria passar. Qual seria o gesto que ele usaria para a abordar, se estaria ainda, ou não vestido?! O seu coração batia descompassadamente. Atreveu-se a entrar. Sabia que ninguém estaria lá, mas mesmo assim ficara com a sensação de que fora necessária uma grande dose de coragem para dar aquele passo. Aproximou-se dos pés da cama e estagnou, qual estátua de mármore num museu, pensando no que deveria fazer a partir dali. Aquela antecipação, aquele compasso de espera, deixavam-na louca. Ele estava a levar aos limites, toda aquela encenação.

Sentiu finalmente um leve movimento, mas tão suave que se diria que de um pequeno gato se tratava. A respiração húmida e quente dele, foi o primeiro contacto. A sua pele voltou a arrepiar-se. Ele mantinha-se a poucos centímetros dela, ela conseguia sentir a sua energia, o poder maciço do seu corpo masculino, mas ele não a tocava. Mantiveram-se assim por alguns segundos, ela fingindo que ignorava a presença dele e ele controlando a sua vontade de simplesmente a abraçar, de lhe tocar, de a ter por inteiro para si.

(Continua…)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

 

Mulher_deitada Adoro a forma como me olhas, mesmo quando te ordeno que não o faças.

Adoro a forma como me tocas, mesmo quando imploro que pares.

Adoro o teu jeito meio ingénuo de ser, mesmo quando parece que gozo contigo.

Adoro que digas que me amas, mesmo que nunca o diga de volta.

Adoro a forma como deixas o meu corpo a tremer, em doces contracções, mesmo depois de eu te ter dito que não queria nada contigo.

Adoro sentir a tua barba por fazer roçar na minha pele despida, sentir o teu rosto no meio das minhas coxas, sentir o quente da tua respiração no meu pescoço, sentir os teus lábios cobrirem o meu corpo com beijos.

É verdade que tudo isto adoro, mas… Mas não te envaideças pois, por natureza, eu adoro adorar.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

 

2696299Ele estava-lhe grato pela ajuda que ela tinha prestado, mas preocupava-se com o que estava a acontecer. Teria sido uma coisa mútua? Estariam os dois a passar pelo mesmo fenómeno? Estaria também ela, a apaixonar-se por ele? Algo acontecia, ambos sentiam, mas seria o mesmo para os dois? Ela recompôs-se. Não era só a emoção que a fazia desfalecer, ela já nada comia há alguns dias. O stress que ela tinha vindo a sofrer por parte das pressões de Claude, fizeram-na perder o apetite, quase por completo e agora...bem agora, nem sequer é preciso explicar.

Eles olham-se profundamente. Ela penetra na floresta verdejante que são os olhos dele. Pensa como ele cheira ao que os seus olhos são. Ele cheira a musgo, a rocha, a eucalipto, o mesmo que ela via nos seus olhos. Ele, por sua vez, observa as estrelas brilharem no céu escuro da noite, que são os olhos dela e também ela cheira a rosa em noite de luar. Ambos entram num lugar em que tudo pode acontecer, onde tudo é compreendido e perdoado, mas nenhum deles se sente à vontade com isso. Não agora. É muito cedo para perceberem e acabam por sair de lá, mais depressa do que lá chegaram. Ela desmaia e ele leva-a para a tenda, com a mesma devoção, com que tinha feito na primeira noite, quando a salvou das mãos dos seus companheiros.

Ela acorda com o seu cheiro forte de homem, mas não abre os olhos. Ele, sentado na cama, abraça-a com os seus braços e mantém-na junto de si, como se de um bebé se tratasse. A tarde estava abafada e parecia Verão de novo. Nenhum dos dois consegue explicar o que sente. Ela abre os olhos. Ele nunca vira nada tão brilhante. Os seus lábios tremem, numa vontade incontrolável de se beijarem, mas não o fazem. Ambos estão habituados a controlarem os seus impulsos.

- Porque é que foste ter comigo ontem à noite? – pergunta-lhe baixinho, como convinha ao momento que partilhavam.

- Senti-me culpada. Você tinha um papel a interpretar e não o conseguiu por causa de mim. – ele era lindo e ela teve a plena certeza disso, naquele momento. Ele até podia passar despercebido aos olhos de outras mulheres, mas para ela, ele era tudo o que ela sempre tinha esperado.

- Que idade tens? – ela não se esquece que ainda é prisioneira dele e não lhe responde – Porque é que me ajudaste?

- A minha mãe já sofreu muito e não precisa de sofrer ainda mais. Eu prefiro que ela pense que eu estou com o Claude, do que se angustie pela incerteza do meu paradeiro. – ela pensou um pouco – Pela primeira vez, uma mentira parece-me mais apropriada, que a verdade. Eu não o fiz por si, fi-lo por ela.

Essa era a verdade, ela não o tinha feito por ele, apenas pelo bem estar da mãe, que ela amava acima de tudo na sua vida. Algo se passava entre os dois, mas tudo parecia mais claro e lógico na mente dele, do que na dela. Ele já sabia que a amava, ele ainda não o chamava amor, mas sabia que era algo mais complexo do que nas paixões a que estava habituado. Ela, ainda nada percebia. A única razão para as suas acções era a sobrevivência, a sua sobrevivência.

Ele deitou-a e saiu. Voltou, pouco depois, com uma caneca de chá com açúcar. Ele sabia muito bem o que ela tinha. Ela bebeu em golos pequenos, tal qual uma princesa. Só agora ele se apercebia que ela vinha de uma classe social elevada. Os modos dela, a maneira de andar, a forma como prende o cabelo à cabeça, o tratamento cerimonial e a linguagem cuidada. A casa em Côte D’Azur. Ela era muito diferente dele. Vinham de mundos completamente diferentes.

- Sabes que não tens como escapar, não sabes?

Ele queria que ela se entregasse sem resistência, seria tudo muito mais fácil para ele. Ela acena que sim. Ela tem a consciência que não vai sair dali, começa mesmo a desconfiar, que provavelmente, não faz parte dos planos deles, que ela continue viva depois da missão, seja ela qual for. Mas ela não tem intenções de se subjugar. Ela cumprirá a sua parte naquela farsa, ela sobreviverá e cicatrizará todas as feridas do seu corpo e irá fazer tudo, mesmo tudo, para que a sua alma se mantenha ilesa. Alguém uma vez lhe disse: As feridas do corpo cicatrizam com o tempo, mas as da mente, duram o resto da vida. Ela levava essa máxima à letra e nunca deixava espaço, para se arrepender depois.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

 

Estava no outro dia a tomar um café com uma amiga, ainda casada e já com dois filhos, quando a inevitável pergunta chegou:

 

 

 

- Então e tu?! Quando é que voltas a casar e trazes ao Mundo mais umas almas?! – assunto que eu tentei educadamente ignorar, respondendo:

- E desde quando, para trazer almas a este mundo, preciso de me voltar a casar?

- Ah! Lá estás tu! – despachou incomodada na sua moral fechada e tradicionalista, dando um golo no seu capuccino. – Mas com toda a certeza deve haver um tipo de homem que te encha as medidas, ou não? – encolhi os ombros na esperança de que se nada dissesse, o assunto mudasse para outra coisa qualquer – Tu não me encolhas os ombros, que já te conheço há tempo de mais para me deixar levar por essas tuas manhas. Que é que tu pretendes num Homem?

- Não percebo a tua pergunta, pois não há nada para pretender.

- Tu sabes o que eu quero dizer: Quais são os requisitos da tua lista para que um homem pudesse arrebatar essa pedra que tens no lugar do coração? – aquilo começava a ser o limite que eu iria aceitar daquela conversa, pelo que dividi a minha resposta em três partes:

- Em primeiro luar, se o meu coração fosse uma pedra, eu não estaria aqui a falar contigo, se a ideia era realizar uma metáfora para o facto de não me apaixonar feita uma galinha tonta, erraste o órgão, pois devias ter falado do cérebro; quanto aos requisitos, reduzem-se penas a um. – deixei a questão no ar, pois precisava de me lembrar de um que fosse, de certa forma, inteligente, o que nem sempre é fácil para mim.

- E estás a pensar partilhar?! – lembrei-me de um filme do Harrison Ford e disparei:

- O meu tipo de Homem, seria um, em que numa ilha deserta e apenas com um canivete suíço, fosse capaz de construir um palácio.

- Assim não arranjas nenhum! Estás a pedir de mais de um mísero Homem. – afirmou da sua forma peremptória.

- Amiga, se te consegues contentar com menos, isso é apenas um problema teu, agora eu não me vou contentar com alguém que não consiga, no mínimo, fazer o mesmo que eu.

Escusado será dizer que a conversa mudou automaticamente para as cólicas que a Joaninha tinha tido na noite anterior.

Desculpem todos aqueles que acham que fui má para uma amiga que apenas estava preocupada comigo, mas sinceramente, eu não tenho que me contentar com menos.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

“Odeio falar ao telefone!”

SONY DSC Sei que nos dias que correm é quase ridículo fazer tal afirmação, mas é a mais pura das verdades. Se não fosse o facto de serem tão úteis em casos de necessidade, nem teria um, nem fixo nem móvel, simplesmente não teria.

Sempre admirei as pessoas que falam ao telefone durante horas a fio, que conversam sobre tudo e sobre nada, que contam as novidades da vizinhança, que relatam cada segundo do seu dia, incluindo quantas vezes foram à casa de banho, sobre o episodio da telenovela da TVI, na noite anterior, sobre a telenovela da SIC e do filme que viram no Domingo à tarde.

Sempre admirei as pessoas que ficam horas a namorar ao telefone: “Meu amor, isto!”; “Meu amor, aquilo!”; “Beijinho, para aqui”; “Beijinho para lá”; “Amo-te muito, meu amor!” (algo que é, aliás, um pleonasmo) e enquanto isto, estão a comer, a ver televisão; em voz alta com os amigos; no quarto de banho; a limparem o nariz; a jogarem consola.

Não quero com isto dizer que não gosto de falar, antes pelo contrário, adoro uma boa conversa, estar horas com os amigos e falar sobre tudo e mais alguma coisa, mas ao vivo e a cores, em carne e osso, onde podemos ver e sentir a reacção de cada um ao que se está a falar, onde existe movimento corporal, onde os olhos falam tanto, ou mais, que a boca, os lábios e a língua.

Até mesmo algo escrito tem para mim mais valor que um telefonema. ao menos, o acto de escrever implica uma acção em vários actos: primeiro sente-se; depois raciocina-se; codifica-se em linguagem e depois, sem fazer uma segunda coisa simultânea, pois escrever implica concentração, escreve-se, passa-se para o papel, para o pc, ou até mesmo para o odioso “Smal Message Service”.

O Telefone por sua vez deve ser algo a ser usado em caso de urgência, em comunicações curtas e pontuais. Pequenas combinações, para marcações, ou desmarcações, ou para a típica pergunta, talvez a que melhor caracteriza os nossos tempos:

- Aonde é que estás?!

Que é geralmente seguido com o:

-  Deixa estar que já te estou a ver!

Que se segue, por sua vez, com o típico desligar do telemóvel na cara.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

DSCF1672 Adquiri há pouco tempo m micro-portátil que anda comigo para todo o lado, o que, acreditem ou não, diminuiu o peso na minha carteira em meio quilo ou mais, pois deixei de andar com cinco cadernos A4, de um lado para o outro.

Acontece que a bateria dura pouco mais que três horas e volta e meia, quando a inspiração bate, tenho que recorrer aos guardanapos, lenços e papel higiénico.

Parece que não existe mesmo excepção há regra no ditado:

Não há bela sem senão!

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Paraíso infernal Tenho tido algum peso na consciência, porque havia começado um outro blog, que deveria conter uma das minhas histórias já terminadas, mas no entanto, tinha-o sob um pseudónimo e isso deixava-me algo inquieta, pois não gosto de coberturas, ou falsas personalidades. Eu sou quem eu sou, e isto é o que eu escrevo: quem gosta lê, quem não gosta não lê.

Finalmente, redecorei o blog e recomecei, capítulo a capitulo a dar a conhecer a viagem fantástica de um grupo de 9 pessoas muito especiais, que vivem as suas dúvidas, sentimentos e paixões, numa situação muito diferente à que estavam habituados. Uma situação limite, que os levará a fazer uma viagem interna, na qual irão conhecer outras personalidades que desconheciam.  Uma história repleta de sentimentos, aventura, perseguições, sexo, amores incompreendidos e uma profunda descoberta de quem somos.

Espero que gostem, ou pelo menos, que não se sintam entediados enquanto lêem esta minha primeira tentativa de livro.

http://oparaisoinfernal.blogspot.com/

sábado, 3 de outubro de 2009

 

Uma vez, há muitos anos atrás, numa conversa com uma amiga, estava a contar-lhe que estava muito envolvida com alguém. Que me sentia a apaixonar  por um rapaz que eu achava que seria o meu futuro marido e pai dos meus filhos. Algo que se veio a concretizar por metade (não podemos ter tudo).

Tratava-se de uma conversa típica de adolescentes, no entanto, ela fez-me uma pergunta que me deixou algo desconcertada:

- Trata-se de amor, ou luxúria?

- Existe diferença?

- Creio que sim.

- E qual é?

- Acho que no amor, o importante é dar, enquanto que num estado de luxúria, queremos sempre tirar, tirar tudo do outro, retirar o máximo proveito de forma egoísta, para proveito próprio. – fiquei a pensar no que ela me disse – O que é que tu sentes: Vontade de dar, ou simplesmente de receber?

- Na verdade, um misto de ambos.

- Como assim?

- Tenho vontade de lhe dar, dar muito amor e carinho, dar compreensão e oferecer a minha amizade incondicional, dar-lhe o meu corpo, oferecer-me por inteiro, entregar nas suas mãos a minha alma.

- Então é amor!

- De certa forma… Mas não posso dizer que seja só isso. Eu quero algo em troca.

- O quê?

- Quero o corpo dele, quero sentir o calor que ele transmite enquanto me abraça, quero sentir continuamente o prazer que faz estremecer o meu corpo, quero sugar dele o último fôlego com os meus lábios. Quero retirar-lhe tudo, enquanto dou tudo de troca. – ela desatou a rir. – O que foi?

- Tu queres é ir parar ao Inferno. Estás possuída!

Não me perguntem porque me recordei disto agora, mas estava a pensar na minha adolescência e a ver umas fotografias de quando tinha 15 anos, quando esta conversa saltou da caixa de recordações que se encontra algures no meu cérebro. Há coisas assim!

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