sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Hoje à hora do almoço, avisaram-me que as estradas estavam cortadas devido à visita do Presidente da República a algumas das fábricas e escolas industriais de S. João da Madeira.

Houve alguém que disse: " Que ridículo! Até parece um Rei!"

Eu era para responder na altura, mas depois retraí-me, no entanto apetece-me dizê-lo aqui.


"Não! Ele não é um Rei! É mais do que um Rei; é Chefe de um Estado de Direito, multipartidário e eleito legalmente pelo povo em eleições livres para um segundo mandato."

É mais do que normal que sejam necessárias medidas de segurança para um caso destes e nós, apenas temos que nos acomodar, aguardar um pouco para depois avançar. 

Se estamos mal, podemos sempre concorrer nas próximas eleições e quem sabe, o Povo não nos elege.

É isso que eu admiro numa democracia, está ao alcance de quem for capaz e não de quem nasceu!

... sem razão aparente: sem discussões, sem problemas de relevo no trabalho, sem problemas familiares ou com amigos e sem problemas de dinheiro?!

O meu 6º sentido está a dizer-me qualquer coisa, preciso de descobrir o que é! Ele tem tendência a avisar-me com antecedência, eu é que nem sempre o percebo.

Vou estar, definitivamente, atenta, nem que fique mais umas noites sem dormir.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Pois é! Como vos disse antes, vou ter de ir até Angola a trabalho. Apenas uma semana, cinco dias, mas mesmo assim, estou a sofrer algum tipo de síndrome que me deixa muito desconfortável.

Angola é o país que me viu nascer, que me viu dar os primeiros passos e que me ouviu dizer as primeiras palavras. É o país onde os meus avós maternos se conheceram e casaram, onde tiveram a minha mãe e onde a minha mãe e o meu pai se conheceram e casaram. É o pais que me deu as primeiras lições de vida, onde aprendi a disparar uma arma, onde descobri que tinha fobia de cobras, onde eu fugi de balas, vi gente morrer nas ruas numa guerra sem explicação, onde estive em filas de racionamento e onde eu vi o meu pai perder a vida 3 vezes. (Sei que parece estranho, mas vou explicar apenas este ponto: o meu pai teve 1 ataque cardíaco grave, aquando de umas das minhas visitas aos onze, ou doze anos e teve depois mais dois AVC's, que coincidiram sempre em alturas em que eu estava lá a viver ou de férias.)

Foi em Angola onde eu conduzi pela primeira vez, andei de bicicleta pela primeira vez, fui mordida por um cão, pela primeira e única vez, na casa do Cônsul dos Estados Unidos, que valeu um "Camaro" ao meu Pai (se calhar o meu pai fez de propósito!). Acompanhei o meu pai em tantos Ralis, nas estradas de terra batida a Norte de Luanda e em Cabinda! (Que saudades pai!) E foi em Angola onde eu quase morri pela primeira vez, aos 5 anos com Tifo (mas valeu a pena, mãe, a Ana não morreu sem uma amiga a apertar-lhe a mão, eu estava lá e isso tem de valer alguma coisa, mesmo o susto que tu e o pai tiveram).

Eu nunca me senti tão viva como em Angola! Aquela terra encarnada, o cheiro da humidade do ar, as luas vermelhas do tamanho do Mundo, a pesca nocturna nos cais de Luanda, as noites longas no Barracuda onde, depois do jantar os meus pais namoravam e por vezes discutiam algum assunto, enquanto eu e a minha irmã apanhávamos conchas na areia da praia, os pic-nics na Barra do Kwanza, os meus aniversários na praia do km 31.

Angola é a minha terra mãe, mas será que eu me vou identificar com ela depois de tantos anos de afastamento, depois da morte do meu pai, depois de eu já não ser aquela pessoa que fui?!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012


Sim é verdade, esqueci-me de contar, vou ter de ir a Angola em serviço, contactar com alguns clientes e blá, blá, blá! Mas depois falo sobre isso.

Hoje fui buscar o meu Registo Criminal, para efeitos de pedido de visto. Uma semana depois de ter sido pedido, é sempre bom saber que:
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NADA CONSTA ACERCA DA PESSOA ACIMA IDENTIFICADA.
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Fiquei aborrecida!

Pelo tempo que demorou, eu exigia pelo menos 3 páginas de crimes inenarráveis.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Um colega meu, devido ao facto da sua vida ter sofrido fortes alterações, acordou no dia de S. Valentim a pensar que tinha poupado entre 100 a 200€.

É um pensamento válido apesar de eu não ver as prendas oferecidas como um gasto ou uma poupança, ou nem sequer dar importância ao valor das mesmas, sejam estas de grande ou pouca monta. Eu não poupo por não ter a quem dar, assim como não gastaria se tivesse. Simplesmente, o valor não é importante.

A imaginação vai mais longe e não tem valor e por vezes é muito, mas mesmo muito melhor.

Não gosto de fazer juízos de valor e de certeza que não o vou fazer com este meu colega, até porque a máscara (papel que ele interpreta no palco da vida) muda todos os dias e ao longo de uma conversa, mas quem sabe, questiono-me, se o facto dele ontem ter poupado entre 100 a 200€, não será sintomático.

Mas cada um sabe de si! Eu gastei algum dinheiro mas não importa, podia ter gasto mais, podia ter gasto menos, mas gastei exactamente o que a minha imaginação ditou, nem mais nem menos um cêntimo.

Recordei-me de um post antigo (http://30diaspara.blogspot.com/2008/12/imaginao-frtil.html). Se tiverem paciência de o voltar a ler, irão perceber o que quero dizer.




terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Apenas porque de momento estou feliz com a vida que tenho, bem resolvida com aquilo que sou e atingi (mesmo que ainda queira mais) e porque estou a amar como nunca fiz, o dia dos namorados este ano, mais do que o ano passado (não pela parte do amor, pois esse continua o mesmo, mas sim porque as circunstâncias externas melhoraram) está a saber-me muito bem.

Começou com cupcakes personalizados à meia noite, numa ceia improvisada com vinho de porto, continuou esta manhã com um acordar gradual e revigorador e vai terminar, logo à noite (depois das explicações) com um jantar romântico regado com muito champanhe, e uma sobremesa especial... Já disse que comprei uma lingerie nova?! Esta manhã não foi precisa, mas logo à noite é mais para mim do que para ele, pois ele gosta de mim, com ou sem, de preferência sem... 

Aturem-me, não quero saber!

Feliz dia dos Namorados!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Não sou uma amante declarada de hip-hop ou rap, mas existem alguns trabalhos quer seja pela melodia, quer seja pela letra que me chamam a atenção.


O Boss AC é um dos artistas que vou tendo em conta e o último trabalho está muito, muito engraçado e não sei porquê, mas a música do single, cheira-me aos saudosos Ornatos Violeta.


Para quem não conhece, aqui fica algo para nos fazer sorrir numa Sexta-Feira.





Tantos anos a estudar para acabar desempregado
Ou num emprego da treta, mal pago
E receber uma gorjeta que chamam salário
Eu não tirei o Curso Superior de Otário
...não é por falta de empenho
Querem que aperte o cinto mas nem calças tenho
Ainda o mês vai a meio já eu 'tou aflito
Oh mãe fazias-me era rico em vez de bonito


É sexta-feira
Suei a semana inteira
No bolso não trago um tostão
Alguém me arranje emprego
Bom bom bom bom
Já já já já


Eles enterram o País o povo aguenta
Mas qualquer dia a bolha rebenta
De boca em boca nas redes sociais
Ouvem-se verdades que não vêm nos jornais
Ter carro é impossível
Tive que o vender para ter combustível
Tenho o passe da Carris mas hoje estão em greve
Preciso de boleia, alguém que me leve


É sexta-feira
Suei a semana inteira
No bolso não trago um tostão
Alguém me arranje emprego
Bom bom bom bom
Já já já já


É sexta-feira
Quero ir para a brincadeira
mas eu não tenho um tostão
Alguém me arranje emprego
Bom bom bom bom
Já já já já


Basta ser honesto e eu aceito propostas
Os cotas já me querem ver pelas costas
Onde vou arranjar dinheiro para uma renda?
Não tenho condições nem pa alugar uma tenda
Os bancos só emprestam a quem não precisa
A mim nem me emprestam pa mudar de camisa
Vou jogar Euromilhões a ver se acaba o enguiço
Hoje é sexta-feira vou já tratar disso


É sexta-feira
Suei a semana inteira
No bolso não trago um tostão
Alguém me arranje emprego
Bom bom bom bom
Já já já já


É sexta-feira
Quero ir para a brincadeira
mas eu não tenho um tostão
Alguém me arranje emprego
Bom bom bom bom
Já já já já


Bom bom bom bom
Já já já já



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012


Há uns anos atrás eu disse algures que não gostava da frase “As pessoas têm de gostar de ti, pelo que és!” e justifiquei, dizendo que para mim, a frase faria mais sentido se fosse: “As pessoas têm de gostar de ti, APESAR do que és!”

Um amigo meu, não concordou comigo e esta foi a conversa que se desenrolou, sobre o assunto:

N - O pressuposto de acrescentar a essa tão batida frase a simples palavra "apesar" parece-me deveras assustador.
Em primeiro lugar, quem somos nós para nos arrogarmos o direito de dizer ou saber porque gosta alguém de nós? Ou quem nos dá o direito de duvidar de alguém que nos diz q nos ama p aquilo que nós somos (e nota que eu disse/escrevi p aquilo q nós somos e n apesar do q nós somos)?
Em segundo lugar, na minha opinião, quando se diz que nos têm q amar pelo q nós somos, isso quer dizer, acima de tudo, que temos de nos dar valor e acreditar q temos qualidades suficientes para atrair o amor de alguém, interesse que surge daquilo que nós somos e não apesar do q nós somos.
Por último, parece-me um pouco deprimente estarmos sempre a achar que alguém nos ama apesar do que somos, porque isso parece-me uma sobrevalorização dos nossos defeitos, quando aquilo que devíamos enaltecer e cultivar são as nossas qualidades.
Houve alguém que uma vez me disse q todos nós temos o nosso mercado no campo afectivo e isso, mais uma vez, traduz q se procurarmos e nos deixarmos encontrar, há alguém no mundo, ou vários alguéns no mundo, que nos podem vir a amar pelo q nós somos e não apesar do que nós somos.
 
I - Não vejo nada de assustador na mensagem, mas ao intérprete a sua visão. Em segundo de onde veio a lenga a lenga, ou a suposição de que eu julgo alguém, ou se acredito ou não que gostam de mim? Eu sei que existe muita gente que gosta de mim, ou pelo menos do produto que sou.
A verdadeira mensagem que passou completamente ao lado, é de que nós somos (aquilo q a frase se dirige), um produto misógino da sociedade e classe a pertencemos e isso não é verdadeiramente aquilo que somos. Nós somos uma essência pura, balanceada na perfeição entre o bem e o mal. Uma luz e energia única camuflada pela pele da humanidade standarizada.
O "Apesar" refere-se exactamente a esses 50% de nós que é mau e que muitas vezes nem nós mesmos sabemos que existe, mas que está lá e que, apesar de toda a valorização das nossas qualidades continua lá adormecido, pronto a surgir se a situação o pedir. Faz parte de nós. O "apesar" não se refere apenas ao acordar do lado errado, não é só ser teimosa, não é só referente a um ou outro ginete a que todos temos direito, é algo que tem a ver com a nossa raiz com a nossa alma e que não se vê. Existe uma diferença... não concordas?
N - Que nós somos um misto de bom e de mau, de qualidades e de defeitos, ninguém põe em causa, muito menos eu.
Se é verdade que nós n mostramos à partida tudo aquilo que somos, também é verdade q aquilo que não mostramos aos outros e que está p além dessa primeira camada tem tanto de bom, como de mau.
Ao dizeres "apesar de", na minha opinião transmite a mensagem de que tudo aquilo que está nas camadas menos superficiais da nossa essência e que nós só vamos revelando aos poucos, é negativo. Isto é, à primeira vista gostaram do que viram e apesar de tudo aquilo que está nas camadas mais profundas do meu eu, devem continuar a amar-me, apesar dos nossos defeitos.
Concordaria mais contigo se dissesses: "para além" daquilo que transpareceu na primeira camada também descobri isto e aquilo sobre ti (e aqui englobo tudo o que nós somos, o bom e o mau) e de algumas coisas gosto, doutras gosto menos, ou considero mesmo irritantes. Mas o amor é isso mesmo é aprender a gostar do outro respeitando tudo o que ele é, o bom e o mau. 
I - «Isto é, à primeira vista gostaram do q viram e apesar de tudo aquilo q está nas camadas mais profundas do meu eu, devem continuar a amar-me, apesar dos nossos defeitos.»
A frase estaria perfeita se tivesse ficado em: Isto é, à primeira vista gostaram do q viram e apesar de tudo aquilo q está nas camadas mais profundas do meu eu, devem continuar a amar-me.
Porque tanto faz que o que está por baixo seja bom ou mau, é o que está escondido, ponto final. É aquilo que tu não conheces e que APESAR de tudo poderás e deverás amar.
"Apesar" e "além de", são ambas acções adversativas... têm exactamente o mesmo valor.

É óbvio que não tínhamos mais nada que fazer.... Enfim!


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Eu não sei se isto se passa com vocês, mas existem certos clichés que me irritam solenemente e ainda assim, vivo com eles com regularidade.

O que mais me irrita é o cliché do homem que saiu de casa para comprar cigarros e não volta e no entanto.... sempre que ele sai para comprar cigarros....

Bem vocês percebem o que eu quero dizer... já se tornou uma piada entre os dois...


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012



Após o meu divórcio, o escurinho do cinema, foi um dos meus melhores amigos. Sempre que me sentia em baixo, sempre que me sentia mais triste, desiludida, confusa, o escuro da sala de cinema, estava lá para ser o meu analista, o meu psiquiatra.

Perdi a conta do número de filmes que vi e onde prestei muito pouca atenção ao enredo, ao elenco, ou à realização. O escuro do cinema, o som alto, a emoção de uma vida que não era definitivamente a minha, serviam na perfeição para embalar os meus pensamentos, de forma a que eu os pudesse entender melhor, organizar, controlar e assimilar.

Sempre gostei de cinema, sempre adorei ver filmes, sou uma cinéfila por natureza. Sei em que ano os filmes foram realizados, quem os produziu e realizou, sei o nome dos principais actores do elenco, sei explicar os pormenores da realização e o porquê da câmera ter começado a cena de cima para baixo, ou fechou o plano no fim. E continuo a gostar de cinema. Mas naquela fase mais complicada, eu, para além de ver filmes, comia filmes, bebia filmes, respirava filmes.

Fiz-me sócia do Alvaláxia, 15€ por mês e dava direito a ver dois filmes de borla por dia. Eram poucos os dias que eu não ia ver um filme e durante 3 anos, acho que via tudo o que saía. Chegava ao ponto de chegar a uma sala de cinema e ter de ir a correr para outro cinema, porque naquele já tinha visto tudo.

O que dizer?... adoro cinema. 

Mas agora que estou de novo casada, ir ao cinema passou a ser ainda melhor, pois para além do filme, do escuro da sala, da realização, dos actores e de tudo o que envolve um filme, eu tenho um ombro quente onde me encostar e uma mão que pousa no meu joelho e eu, simplesmente adoro isso.

Nada como o escurinho do cinema...
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