quinta-feira, 17 de abril de 2008

...eu não gosto do novo acordo ortográfico. Já o havia dito e volto a repetir.
Agora descobri que Egipto vai perder o "p" e eu, que sempre o pronunciei, não só terei de deixar de o escrever, como terei de deixar de o pronunciar, alterando a sonoridade da palavra.
Ainda bem que o novo acordo é só para simplificar a aprendizagem... O que seria se não fosse?!
E pronto! Lá andavam eles ontem, com as suas fardas assinadas pela Fátima Lopes, a passar multas e a rebocar os carros estacionados em 2ª fila, sobre os passeios e sem talão da EMEL válido. Acho bem. Não os talões da EMEL, que isso de pagar espaço público a uma empresa privada sempre me fez confusão, mas o não cumprimento do código da estrada deve ser multado.
Pena que sejam apenas acções pontuais, perdidas no tempo e que depressa caem no esquecimento...
No outro dia coloquei aqui uma mensagem sobre o medo e no meio dos comentários surgiu algo que ajudou a desanuviar e como o tema volta a ser notícia, aqui fica uma adaptação:
Carjacking!
O nome sugere um daqueles desportos radicais género rafting, skating, hiking, backtracking, carjacking, tricking, Snorkeling, Bungee jumping, ou Sky diving. Vêem?! Nem se dá por ele na lista.
Vai na volta... ainda criam escolas de sucesso, onde os telemóveis serão permitidos, sobretudo se forem dos donos do carro, sala de aula por excelência, aonde se darão disciplinas como:
Código da estrada - Conhece o inimigo para o poderes vencer. Condução Evasiva - Curso adiantado. A biologia do Corpo Humano - E as suas reacções a extremas velocidades. Comunicação Oral - Como intimidar de forma eficaz o dono do carro. Mecânica - Curso avançado em Engenharia Tiro - Como não te atingires a ti mesmo. (esta cadeira pode ser substituída por um relatório de 100 páginas sobre a Televisão, a sua programação e a acção na sociedade. Ginástica - Mente sã em corpo são. Ioga - mantém a calma enquanto tiras a dos outros. Que vos parece?

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Estou farta e começo a irritar-me a sério com este hábito (creio que judaico, ou cabalístico - na realidade nem quero saber), de atribuir interpretações telúricas a tudo quanto é número.

No outro dia ouvia alguém dizer, com grande surpresa (imagine-se), as conclusões que havia tirado das medidas da pirâmide de Quéops. Mas fê-lo com uma tal desenvoltura, que fiquei com a impressão de estar perante um Russel Crow ainda não "oscarizado".

O que pregava era algo semelhante a: "A altura da pirâmide é a raiz quadrada do número dado pela superfície de cada um dos lados, em côvados, não em metros, que também faz referência à pequena pirâmide, que seria de ouro e que estava no topo da pirâmide mãe, multiplicando novamente, por 10 elevado à quinta, dá o perímetro da circunferência equatorial." Por amor ao universo!

CHEGA! Qualquer número, multiplicado, elevado, "enraizado", subtraído, somado, dá obrigatoriamente, outro número. Qual é o fenómeno?!

Até eu consigo fazer isso, querem ver? Partindo da minha data de nascimento: 11 - 04 - 1976, obtemos a data da suposta descoberta (não achamento) do Brasil. Como? Simples : 11 + 4 = 15 que multiplicado por 10 ao quadrado, dá 1500.

Como sabemos que as descobertas foram feitas pelos sucessores dos templários e estes grandes cabalísticos, quase que aposto que foram eles que fizeram com que eu nascesse neste preciso dia... só para chatear a minha mãe que estava a dormir descansada e não queria sentir dores.

Que a força fique convosco.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Estou com alguma dificuldade em simpatizar com os pedidos de boicote aos Jogos Olímpicos de Pequim e não me acusem de não simpatizar com a Causa Tibetana, da qual sou acérrima defensora.
Para começar, nunca percebi a necessidade de actos negativistas tendo em vista um resultado positivo. Para mim os meios são tão ou mais importantes que os fins. Sim a Martin Luther King, Não às Panteras Negras. Sim à Paz, Não à Luta Contra a Fome; à Guerra. Se o objecto é a paz e a abundância, porquê caminhar pela guerra, lutas, violência e privação? Tenho dificuldade em simpatizar com o boicote ao Jogos Olímpicos, apenas porque é boicotar algo positivo. Como posso eu estar de acordo com isso? Os Jogos Olímpicos, para além de festival religioso da Grécia Antiga, foram também criados para criar um período de tréguas na guerra (Paz, mesmo que temporária), onde as diversas Cidades Estado, mostravam as suas capacidades atléticas, trazendo, de forma sã, orgulho e prestígio à sua nacionalidade, em clima de paz e harmonia. Sou daquelas tontas que chora quando vê as cerimónias de abertura dos Jogos. Cinco Continentes unidos numa mítica Pangeia, com um único objectivo, isento de politiquice, idiossincrasias, ideologias, religiões. É uma alegoria que me emociona, que me faz vibrar. O próprio símbolo de cinco continente unidos num só, é per si, motivo para ser sempre a favor dos Jogos Olímpicos. Como posso eu menosprezar o maior país do continente asiático, se ele é uma das argolas? Posso, isso sim, condenar a sua política, a falta de respeito pelos direitos humanos, pela invasão do Tibete, da falta de liberdade religiosa e cultural, mas não lhe posso negar o direito a pertencer ao Mundo, a um continente e como tal, o pleno direito de organizar os Jogos Olímpicos deste ano. Estaria a menosprezar uma coisa boa em prol de outra, igualmente boa, e logo, uma anularia a outra. A defesa do Tibete, dos direitos humanos, da liberdade religiosa e cultural, não podem ter por base um caminho negativo, mas sim iluminado. Como posso continuar a defender um boicote a uma coisa boa, quando provavelmente, estou a utilizar um computador que tem mais de 50% de componentes "Made in China", quando ainda ontem comprei uma calças de marca, supostamente francesa, mas cuja etiqueta dizia "Made in China"? Que moral temos nós? Que moral tem o Mundo? É engraçado verificar que alguns dos manifestantes das imagens que nos chegam, vestem camisas de Che Guevara. Que moral têm eles de condenar uma coisa boa, apenas porque é oferecida por alguém "mau"? Com um bocado de sorte as etiquetas da t-shirt, dos ténis e dos jeans, também dizem "Made in China", mas ali estão eles em defesa de um povo oprimido, elogiando outro ideal, igualmente opressor. Em forma de conclusão, apenas digo que sou pelo ideal dos Jogos Olímpicos e esses são superiores aos seus organizadores. Apoiar os Jogos Olímpicos de Pequim, são uma forma de defender a liberdade religiosa e cultural. É uma forma de obrigar a China a ver o outro lado da moeda.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Estou farta de ouvir toda a gente dizê-lo constantemente. É como uma sinfonia cacofónica, estridente, pós-moderna, de sons que saltam das gargantas dos interlocutores, deslizam pelos seus lábios e voam na direcção das minhas desmesuradas orelhas, percorrem toda a elíptica rampa, entram no pequeno túnel e batem no tímpano, ricocheteando para o meu cérebro: “Têm que te amar, por aquilo que és!”
Coitados!

Tenho a certeza que as intenções são as melhores, que as pessoas não pretendem o mal de ninguém quando o dizem, mas a verdade é que esta velha frase, não apazigua quem a ouve, muito pelo contrário. Se já leram até aqui, acompanhem o meu raciocínio por um pouco.

As pessoas amam e gostam de quem é agradável à vista e fácil na convivência. Preferem pessoas bonitas e amáveis, de grande empatia, que as compreendam, que concordem, que se deixem levar. Por isso, quando dizem: “As pessoas têm que gostar daquilo que és!”, não estão, na realidade, a colocar a bola no outro campo, apenas estão a reforçar a ideia de que temos que ser bonitos, simpáticos, empáticos. Estão a colocar, mais uma vez, a bola nos nossos pés e esperam que não falhemos o próximo passe.

Sim, dizem que têm que gostar de nós pelo que somos, mas pressupõem que as pessoas vão gostar do que somos e de que somos o que as pessoas gostam. Mas a maioria das vezes não gostam e não somos o que os outros pretendem que sejamos.

Eu daria tudo para que alguém incluísse nessa velha, mas não cansada frase de motivação despropositada, apenas uma, reparem que digo “apenas” uma palavra, para que o meu cérebro percebesse o som transportado pelo ar como: “As pessoas têm que te amar, apesar daquilo que és!” Aí sim! Aí o passe teria sido feito na perfeição e a bola estaria agora no campo do adversário, à espera do ângulo perfeito, do pontapé certo, da força na medida exacta, para encontrar as redes da baliza e fazer golo. Aí, todo o esforço ficaria do outro lado e estaria apenas dependente da vontade, da capacidade quase sobre-humana, de alguém amar outra pessoa, apesar de tudo.

Confuso?!

Bem, é assim que a minha mente trabalha, agora depende de vocês gostarem ou não.
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