Quis inventar um título que fosse bombástico, mas a verdade é que nada me ocorria, pois o riso e a vontade de rir (que são duas coisas diferentes), impedem-me de me concentrar a esse ponto.
Hoje quando cheguei ao correio tinha um papel amarelo dobrado em dois onde se destacava a palavra AVISO.
Peguei no dito papel e comecei, atentamente a ler:
Ora aqui começou a tal vontade de rir de que já falei no início, pois estes dois pequenos parágrafos, foram escritos a computador e ocupavam, no seu tamanho garrafal, toda uma página A4.
No entanto, uma resposta para esta senhora, saltou de imediato da minha mente para a ponta da minha caneta.
Hoje quando cheguei ao correio tinha um papel amarelo dobrado em dois onde se destacava a palavra AVISO.
Peguei no dito papel e comecei, atentamente a ler:
AVISO
Pede-se o favor de terem mais cuidado com os ruídos íntimos, tanto da cama como os barulhos pessoais.
Devido a ser um prédio em que facilmente se ouve o barulho entre as casas, agradece-se a atenção ao conversar em horário de silêncio, pois ouve-se nos vizinhos as conversas.
Obrigada pela atenção.
Ora aqui começou a tal vontade de rir de que já falei no início, pois estes dois pequenos parágrafos, foram escritos a computador e ocupavam, no seu tamanho garrafal, toda uma página A4.
No entanto, uma resposta para esta senhora, saltou de imediato da minha mente para a ponta da minha caneta.
Cara Vizinha
Sem qualuqer necessidade de tentar que esta misiva envele num ardilo de tentativa de parecer um Aviso Oficial, aqui lhe escrevo com a minha letra pessoal e totalmente disposta a dar-lhe a resposta que merece.
Num prédio onde às 6 da manhã se ouvem os motores dos autocarros da rodoviária em tom alto e incomodativo (servindo o mesmo como um despertador diário), num prédio onde os vizinhos se escondem para não terem de dar os "Bons Dias", num prédio onde as portas das escadas fazem um barulho ensurdecedor a toda a hora, 24 horas por dia, num prédio onde não se tem elevadores por falta de cumprimento de contratos passados, com toda a certeza que não será a convivência normal de um casal com mais de trinta anos e sem filhos, que a irá, realmente, incomodar. A não ser, é claro, que a senhora sofra de algum tipo de trauma por ausência de vida pessoal, tão grave, que a vida dos outros, que se passa no interior dos seus lares, no recato que esse cubo de 6 paredes lhes dá, ganhe importância tão relevante.
Não fazemos barulho fora de horas, não subimos nem descemos escadas como um bando de potros selvagens, não falamos alto com regularidade, não fazemos obras, arrastamos móveis, ou pregamos pregos fora de horas. Assim sendo, todos e qualquer ruído que possamos, inadvertidamente, causar, são de ordem privada e, certamente, não são assim tão recorrentes que possam, realmente, causar transtorno tão grande que levem à escrita de AVISOS.
Os vizinhos, por uma questão de cortesia e educação, não "avisam", mas sim falam e pedem e este tipo de atitude apenas a deixam com um valor diminuido e fazem do seu AVISO, motivo de chacota.
Agora que o seu AVISO já teve resposta, mais que merecedora, termino.
Sem outro assunto e certa de que este ficou difinitivamente encerrado (até porque acredito que a senhora tenha mais o que fazer), subscrevo-me com a mais elevada consideração.
Atentamente,
Da sua vizinha avisada.
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