No outro dia, na galhofa com uns amigos na esplanada (se calhar é por isso que estamos em crise, estávamos na esplanada depois do trabalho em vez de estarmos mais meia hora no lugar do trabalho) e surgiu, como surge sempre nestas conversas regadas a com uma cervejinha fresca e martinis, para quem é mais fino, algumas formas de se apertar o cinto sem se dar conta que se está a fazer. Uma sequência de pensamentos que todos juntos, até que são uma solução, a mais não seja, para dar uma boa gargalhada.
- O electrodoméstico que mais energia gasta é o frigorífico.
- A comida vai ficar toda mais cara pois poucos bens são agora considerados prioritários.
- Temos de passar mais tempo no trabalho.
- Enquanto estamos no trabalho podemos usar (quem tem) os frigoríficos do escritório e se vamos lá estar mais tempo sem receber recompensa pelo mesmo, é um direito colocar lá mais uns iogurtes e uma ou outra peça de carne no congelador.
- Compram-se mais enlatados, que são mais baratos e não se estragam.
- Desliga-se o frigorífico de casa, pois não se tem comida que se estrague lá.
- Poupa-se o dinheiro da energia do frigorífico
- Come-se sandes todos os dias, de atum, salsichas, queijo e fiambre. Como se trabalha mais tempo, o tempo para cozinhar tornou-se importante para o bom descanso.
- O queijo e o fiambre compram-se diariamente com o pão, para não haver necessidade de o guardar no fresco.
- Bebe-se bebidas quentes ou à temperatura ambiente, pois bebidas frescas fazem mal à garganta, e gasta-se demasiado dinheiro em pastilhas na farmácia e ter-se-ia que ter o frigorífico ligado.
- Às sextas feiras tira-se qualquer coisa do frigorífico do escritório para se cozinhar em casa, pois é fim-de-semana e temos direito a uma extravagância.(Peixe ou carne, uma vez por semana).
- Como se deixou de cozinhar, passou-se a gastar metade do gás.
- Como comemos mal e passamos mais horas no trabalho, passamos a ter menos energia e não nos apetece tanto sair de casa.
- Deixa-se de ter necessidade de comprar aquela blusa perfeita para ir àquele café naquele dia,
- Fica-se no sofá de pijama, ou com a ausência de roupa a olhar para a televisão, ou no computador na internet.
- Os serviços de telecomunicação vão ser os únicos que irão continuar a ser pagos sem excepções, pois vão passar a ser a única diversão.
- Rouba-se os filmes da internet para não se ir ao cinema, mesmo que esteja dobrado em russo e haja pelo menos um tipo da fila da frente que se levanta 20 vezes para ir à casa de banho (torna a coisa mais real, sobretudo se acompanharmos a visualização com o resto dos amigos no sofá da sala a comer pipocas (o milho ainda é barato e demora apenas 3 minutos no fogão) o gasto de gás não é muito e é a extravagância do mês.
- Como se passa a sair menos, a roupa para lavar também diminui. Há a roupa do trabalho, a roupa de casa e o pijama. Usa-se uma muda por dia que repete dois dias depois.
- Como se come menos vai-se ficar mais magro, aproveita-se assim o resto dos tecidos das peças de roupa já existentes, que teremos que apertar, para fazer novas peças para quando ainda estivermos mais magros.
- Existem menos divórcios, pois os casais vão passar mais tempo juntos e com tão pouca diversidade que existe na televisão, terão que arranjar outras formas de passar o tempo e eu tenho muitas ideias quanto a este ponto, mas guardo-as para mim.....
Ok... se calhar só teve piada na esplanada, mas partilhei na mesma.
0 Ideia(s):
Enviar um comentário