segunda-feira, 26 de março de 2012

O voo não foi sossegado. Passamos por uma tempestade eléctrica e apesar do espectáculo ser deslumbrante do lado de fora da janelinha do avião, a turbulência, tornava o meu estômago num nó.

Dito isto devo acrescentar, para ser verdadeira comigo mesma e para "vomitar o sapo": O serviço da TAP é cada vez mais miserável, e os aviões já tiveram melhores dias. Estive quase para tirar fotografias aos assentos rotos, mas depois achei que não era necessário, seria demasiado triste. No entanto o pó das alcatifas mal aspiradas provocaram-me um pouco de asma, que felizmente não desenvolveu numa crise grave.

Na manhã do dia 25, vi o sol nascer, pela mesma janelinha do avião e foi outro espectáculo digno de se ver. Serviram o pequeno almoço às 5 e qualquer coisa da manhã.

Dados extra:
Altitude: 11300m
Temp. Exterior: -49ºC
Tempo para o destino: 1h30m

E a imagem lá fora era esta:


Pensei que fosse escrever durante toda a noite, mas não tive vontade. 

Na hora prevista o avião aterrou e aquela vontade de cheirar a terra húmida, surgiu com uma força que quase me obrigava a passar por cima de todos os que estavam a tirar as malas dos devidos compartimentos, empurrá-los um a um e dar um pontapé na porta (como se isso a abrisse mais depressa!).

Mas sosseguem, não fiz nada disso. Esperei pacientemente aguentando aquelas borboletas a darem às asas dentro da barriga, e saí na minha vez. Parei no topo da escada. Olhei o céu (estava nublado) e dei uma enorme golfada. Tentei saborear o cheiro e não me desiludi. Depois olhei para o autocarro que esperava por nós  e pensei nas horas que ia ter que esperar na fila da imigração. Mas não! O aeroporto está muito mudado, não estive nem 20 minutos à espera. Fizeram as perguntas da praxe, eu respondi, passaporte para aqui, passaporte para lá, voucher do hotel, obrigada e bom dia!

Com um pouco de sorte em Portugal teria ficado mais tempo, pois em Luanda tiveram a perspicácia de perceber que se não havia residentes no voo e se essas cabines estavam paradas, podiam muito bem aligeirar o serviço e despachar os visitantes. Ordem dada por alguém fardado e foi só ver o pessoal a sair a caminho das suas malas. 

As malas já demoraram mais, nunca tenho a sorte das minhas serem as primeiras, foram mesmo das últimas.

Mas fui das primeiras do grupo a despachar-me. Apresento-me ao contacto, (Dra. Carla), com quem apenas havia falado ao telefone, e depois de alguns doutoras para aqui, doutoras para lá, decidimos tratarmos-nos por tu. Assim é que eu gosto, afinal de contas não passo receitas a ninguém, nem faço ideia dos nomes dos músculos.

Ai o calor! Que coisa boa, que saudades deste calor húmido. O meu cabelo que todos pensam ser liso, ganha a sua forma natural, ganhando um volume absurdo para a quantidade de cabelo que tenho. Como eu gosto dos trópicos! Todos se lamentam e eu com um sorriso na cara.

- A Dra.não está com calor? - pergunta um dos outros do grupo da AIDA, que entretanto tinha sido apresentado e ao reparar que ainda tinha o casaco de malha vestido.
- Não! Ainda não! Talvez daqui a pouco. - sorri, por saber o quão estranho é esta minha capacidade de aguentar o calor. É uma espécie de super-poder.

Fiquem com o resto das fotografias dessa manhã, mais tarde escreverei sobre o resto que se passou no Domingo.










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