quinta-feira, 15 de outubro de 2009

 

Estava no outro dia a tomar um café com uma amiga, ainda casada e já com dois filhos, quando a inevitável pergunta chegou:

 

 

 

- Então e tu?! Quando é que voltas a casar e trazes ao Mundo mais umas almas?! – assunto que eu tentei educadamente ignorar, respondendo:

- E desde quando, para trazer almas a este mundo, preciso de me voltar a casar?

- Ah! Lá estás tu! – despachou incomodada na sua moral fechada e tradicionalista, dando um golo no seu capuccino. – Mas com toda a certeza deve haver um tipo de homem que te encha as medidas, ou não? – encolhi os ombros na esperança de que se nada dissesse, o assunto mudasse para outra coisa qualquer – Tu não me encolhas os ombros, que já te conheço há tempo de mais para me deixar levar por essas tuas manhas. Que é que tu pretendes num Homem?

- Não percebo a tua pergunta, pois não há nada para pretender.

- Tu sabes o que eu quero dizer: Quais são os requisitos da tua lista para que um homem pudesse arrebatar essa pedra que tens no lugar do coração? – aquilo começava a ser o limite que eu iria aceitar daquela conversa, pelo que dividi a minha resposta em três partes:

- Em primeiro luar, se o meu coração fosse uma pedra, eu não estaria aqui a falar contigo, se a ideia era realizar uma metáfora para o facto de não me apaixonar feita uma galinha tonta, erraste o órgão, pois devias ter falado do cérebro; quanto aos requisitos, reduzem-se penas a um. – deixei a questão no ar, pois precisava de me lembrar de um que fosse, de certa forma, inteligente, o que nem sempre é fácil para mim.

- E estás a pensar partilhar?! – lembrei-me de um filme do Harrison Ford e disparei:

- O meu tipo de Homem, seria um, em que numa ilha deserta e apenas com um canivete suíço, fosse capaz de construir um palácio.

- Assim não arranjas nenhum! Estás a pedir de mais de um mísero Homem. – afirmou da sua forma peremptória.

- Amiga, se te consegues contentar com menos, isso é apenas um problema teu, agora eu não me vou contentar com alguém que não consiga, no mínimo, fazer o mesmo que eu.

Escusado será dizer que a conversa mudou automaticamente para as cólicas que a Joaninha tinha tido na noite anterior.

Desculpem todos aqueles que acham que fui má para uma amiga que apenas estava preocupada comigo, mas sinceramente, eu não tenho que me contentar com menos.

9 Ideia(s):

Poetic Girl disse...

Ora nem mais a gente não se deve contentar apenas com o menos, merecemos mais muito mais,... pelo menos é assim que eu encaro as coisas... bjs

Anónimo disse...

Só uma perguntinha, és capaz de "...numa ilha deserta e apenas com um canivete suíço, ...construir um palácio"?

AC disse...

Só uma perguntinha, és capaz de "...numa ilha deserta e apenas com um canivete suíço, ...construir um palácio"?

Iris Restolho disse...

Poetic girl,

Não achas?! No mínimo, que consigam fazer o mesmo que nós....

O problema, é que eu sou capaz de muita coisa.É um karma...

Beijo

Iris

Iris Restolho disse...

Ana,

Não sei! Tu que me conheces, achas que sou capaz?!

É claro que também depende da definição de palácio...

Beijoka à tua filhota.

Iris

Anónimo disse...

há uns dias atrás eu "daria", em parte, razão à tua amiga, podemos sempre arranjar desculpas, por vezes sem nos apercebermo que era apenas uma "desculpa"

Agora acho que já passas-te essa fase, lol

beijocas e excelente fim de semana
Ana

Iris Restolho disse...

Anocas,

Andamos cheias de humor...

Veja lá não caia um dentinho.

Estava farta de vos dizer que não eram desculpas, eram predicados mínimos.

Bom fim de semana linda.

Iris

Unknown disse...

Não tenho nada contra as pessoas não se contentarem com menos do q merecem... Todos nós merecemos o melhor em tudo, sempre..

Porém, quando aquilo que desejamos é algo ireal, q não existe, nem nunca existirá, isso acaba por não ser mais do q uma desculpa para nos furtarmos a conhecer novas pessoas, não lhes dando sequer a chance de nos revelarem quem são de facto, de se darem a conhecer, etiquetando-as à luz dos nossos preconceitos...

Beijos grandes..

Iris Restolho disse...

Caro N;

Como podemos nós saber que não existem?! Conhecemos nós por acaso tudo aquilo que existe? Somos nós por acaso donos e senhores de todo o conhecimento mundial, universal?

Como podemos afirmar de boca cheia que algo que esperamos não existe nem nunca existirá? Como podemos nós afirmar algo do género e depois afirmarmos que o pensamento positivo e a meditação fazem milagres? Não será isso um simples acto de hipócrita contradição?

Para além do mais eu sou da opinião que existem situações em que mais vale mesmo não conhecer e existem outras, que nem vale a pena dar uma segunda oportunidade. O tempo de vida é demasiado curto para que se perca tempo com coisas que sabemos de antemão, que nunca resultarão!

Aproveite a sua nova fase da vida que eu farei o mesmo, sem julgamentos, sem contradições, sem juízos de valor.

Uma língua de fora para ti... :P

Beijo grande tonto.

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