Saímos no meio do natural tumulto matinal e disse à minha sobrinha:
-A tia precisa de tomar um café! - apenas dormi 3 horas, acreditem que o café era mais do que uma prioridade e em casa não havia.
-Oh, Tia! Queria ir já para a escola! Tomas o café depois.
-Um café rápido no Sr. Zé e vamos para a escola. – demando.
- Ok! – aceita contrafeita e logo depois lembra-se de algo – Tia?!
- Sim!
- Preciso de um borracha e não tinhas nenhuma no teu estojo. – bem me parecia que a minha carteira não estava como a deixara – Podias comprar-me uma!
- Está bem! Tomamos o café e passamos pela papelaria a caminho da escola! – entramos no café e ela:
- Bom dia! É um café para a minha tia, se faz favor! – depois vira-se para mim –Tia, dá-me o dinheiro que eu vou lá, enquanto tomas o café! – a minha cabeça dizia: “Não! Não! Não! Não! Não! Não! Não!”
- Quanto é que custa a borracha? – trazem o café.
- Não sei, mas vou perguntar, posso?! - a papelaria fica no fim da praceta, três prédios depois do café, mas a minha cabeça dizia: “Não! Não! Não! Não! Não! Não!
- Está bem! – e ela sai a correr e assim que ela sai, eu corro para a porta e lá está ela a entrar dentro da papelaria. “Não olhes, não olhes, não olhes, não olhes!” Vejo os ténis dela e volto a fingir que tomo o café. Ela entra eufórica:
- São 60 cêntimos a mais barata e 80 cêntimos a mais cara.
- E qual é a que queres?! – preparo-me para tirar um euro do porta moedas.
- Não as vi! Dá-me o dinheiro, que eu escolho agora e trago-te o papel. – parecia que já fazia aquilo todos os dias. Dou-lhe a moeda – Volto já! – e sai porta fora. Largo a chávena e alcanço a porta quase a correr. “Tem que ser! Tem que ser! Tem que ser!” Grita a minha consciência e o meu coração aperta. Ela entra dentro da papelaria. Aguardo! Ela sai e eu volto a beber o café. Arrepio-me! O café está frio. – Toma! – entrega-me o recibo, o troco e mostra-me a borracha.
- Foi a mais barata! – constato
- Era a que eu queria! – pago o café enquanto ela guarda a borracha no estojo – Ah! – olho para ela – Pedi à senhora para guardar a revista das Winx desta semana que ela disse que já tinha chegado, sabes a que traz a carteira de oferta, a mala. – diz sem pausas, pontuando apenas com a entoação.
- E quanto é que é a revista?! – não responde logo.
- Até amanhã D. Luísa e Sr. Zé!
- Até amanhã, pestinha! – respondem os dois, enquanto eu aceno e me despeço também.
- São cinco euros e noventa e cinco cêntimos, depois passas por lá, não passas?!
- Quanto mais cresces, mais cara me ficas! – ela sorri pois sentia-se realizada por ter comprado a borracha sozinha sem a ajuda de ninguém adulto.
- Passamos lá agora! – Fizemos festas à linda grandanoir que se mudou para a nossa praceta e que fazia o seu passeio matinal, (que inveja eu tenho do seu companheiro humano) e digo-lhe – Mas com tantas coisas que recebes, nem penses que o Coelho da Páscoa te vai trazer muita coisa.
- Oh, tia! Eu sei, mas não me importo! – deixo de prestar atenção ao cão e olho para ela, que a sorrir conclui, enquanto me abraça e quase me deita ao chão – Tenho-te a ti!
2 Ideia(s):
Fantástico não é?
Mais do que isso! Não existem palavras para o descrever.
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